RUA DO ENCONTRO
Entre as muitas cidades
Por onde eu passei,
Uma coisa vou contar:
A rua do Ouvidor
No Rio de Janeiro,
É a rua onde encontrei
O meu amor.
Imagino um olhar
Bem calmo, solitário,
A fitar os homens
Vão passando...
Entre os muitos: eu,
Que voltava pra casa.
Vi uma mulher
Que me fitava de cima
A baixo vi também
Um certo olhar
De ternura e perdão
Para os desvarios
De cumplicidade
Entregando-se...
Aos seus olhos.
Rua do Ouvidor,
A morena olhando
Pra mim que passava
Entre muitos,
Eu fui o escolhido
Ao seu lindo olhar.
Rua do Ouvidor,
No Rio de Janeiro
Conta com esse olhar
Nessa alegre tarde,
Percorre meu corpo
Devassa minha roupa...
Uma luz acende
Dentro do seus olhos,
É prenúncio de amor
Que está pra surgir
Na mais antiga rua,
A rua do Ouvidor
A luz do poste
Não tarda acender-se
Por enquanto é um
Brilho sem brilho...
É tarde, mas não anoiteceu
Isto foi tudo
Que comigo aconteceu.
Cheguei perto dela
Falei do encanto que senti,
Também falei
Do seus olhos, do olhar
Que me acompanhou
Meus olhos, da vida
Sem sentido
Que até o momento vivi.
As luzes dos postes
Acenderam-se,
Pareciam querer ajudá-la...
Não se chora no escuro
Quando vai descendo...
Ela tinha uma vida surda
Embebida no silêncio,
No olhar talvez obscuro.
Quem chora no escuro
Com a pessoa que se diverte
Pela noite abaixo,
Está arriscado no final
Da tarde fria,
Encontrar o consolo
Ou algum Ser Divinal,
Que lhe traz muita paz.
Essa rua – um olhar
Luz brilhante
Superando a luz elétrica,
Quem pode saber o poder
De amar... amar... e amar...
Ela poderia tornar-se
Minha amante...
Quem transita pela
Rua do ouvidor
Estará sujeita
A encontrar o amor.
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