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Cordel-->A visita de D.João VI a Baixada Fluminense -- 15/01/2008 - 07:36 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A visita de D.João VI a Baixada Fluminense



Meu nome é Dom João Maria José
mas de outros nomes sou portador,
como José Maria Xavier de Paula é
tão bom quanto Luís Antonio, e de valor
quanto Domingos Rafael de Bragança,
nome da família de grandes andanças
que para o novo mundo caminhou.

No dia treze do mês cinco eu nasci
e um sete meia sete foi o ano da graça
pois, como criança graciosa, cresci.
E fui o segundo da mesma raça
pois antes foi Dom José, o herdeiro
que por morrer me deixou primeiro
e único, herdeiro real da praça.

Meus pais, Dom Pedro III e a Rainha,
confundida por sua audição de mouca,
Maria Isabel, do próprio marido, sobrinha,
conhecida como a Rainha Louca.
Com a morte de meu pai o trono assumiu
e, logo da realeza mais que se investiu
pois era muito mais e não coisa pouca.

Da Rainha, o brasileiro tem consciência
pelo episódio, da luta pela liberdade
da nação, conhecido por Inconfidência
deflagrado pelo super herói de verdade
que sua majestade mandou esquartejar
e até o chão que havia morado salgar
acendendo nele a chama da imortalidade.

Aos dezoito me casei com uma princesa
com dez anos e filha do rei espanhol.
Com muitos predicados e sutilezas
a princesa brilhava aquecendo o sol.
Até porque muito ouro foi o suporte
para bancar com nobreza formoso dote.
Todo pago, tin por tintin, pelo reinól .

Em um de oitenta e oito deixando tristeza
Morre José de Bragança, meu irmão
deixando que eu ficasse, com certeza
na escala real o primeiro da linha de sucessão.
Pouco depois por doença mental da Rainha
assumo a ponta dessa nobre linha
investido no trono com garbo e louvação.

A bem da verdade, em um sete nove dois
foi o ano que de fato passei a governar
mas só em um sete nove nove, bem depois
como Príncipe Regente passei a brilhar.
De Portugal, Brasil e Algarves, como Rei
desse Reino Unido que muito mais brilhei
no cordel de origem portuguesa vou contar.

Nessa época o reino passava por perigo
não saba quem eram os amigos de verdade
se os espanhóis ou franceses eram inimigos
ou apenas faltavam com a sinceridade.
Ou os ingleses estavam disfarçados
de bons amigos ou inimigos declarados
causando muita intranqüilidade

Procurei manter o reino a distância
fazendo acordos e até blefando.
Dos franceses uma certa arrogância
e calculadamente iam se armando,
fazendo com a Espanha uma transação
para lotear o reino, toda nossa nação,
que não poderia deixar, sendo soberano.

O exército francês do imperador Napoleão
estava destroçando a Europa Continental
destruindo reinos, jogando a nobreza no chão
com grande contingente e poderoso arsenal.
Mesmo com fome, caos e soldado maltrapilhos
o objetivo do general Junot não saía do trilhos:
queria porque queria invadir Portugal.

Atendendo ponderações antigas e recentes
e cuidando bem da integridade do reino
da família Bragança no comando permanente
uma estratégica saída foi montada primeiro:
deslocamento da corte em território português
para terras distantes que teriam sua vez,
sairia de Lisboa para o Rio de Janeiro.

Depois com critérios, uma junta nomear
na sua ausência, parte do reino na Europa
com sucinta orientação, bem administrar
enquanto ocupada pelas francesinas tropas.
Partindo logo para o Rio de Janeiro
no vigésimo nono dia; no clarão primeiro
para não se perder nem trocar de rota.

No trigésimo dia Junot entrava am Lisboa
e nossos navios sofriam na tempestade
se para os franceses a notícia não era boa
para nós, portugueses, havia temeridade.
Era de mil oitocentos e sete o ano da graça
noutro canto do reino fomos sentar praça
com garbo, fidalguia e, brasilidade.

Dizem que abandonei o reino, é futrica
o Brasil faz parte do reino, do reino não sai
só pode ser uma francesa intriga
dizendo até que de Napoleão, eu corri.
Foi apenas uma estratégia bem encoberta
uma real esperteza muito bem correta
que de um articulador astuto me investi.

Pois, bem, em vinte e quatro de janeiro
de mil oitocentos e oito, cá chegamos.
Pela Bahia, primeiro solo brasileiro
que muitas coisas fomos logo modificando:
claro, depois da pompa das solenidades
que os da terra ofertaram com sinceridade
um novo mundo ia desabrochando...

Abri os portos da colônia, agora reino
para todas as nações que nos fossem amigas
fomentando comércio com o mundo inteiro
esquecendo ate de que relas antigas
incentivando o aumento da produção
importando e exportando com determinação
pois Portugal e Brasil são terras unidas.

Antes de partir para o Rio de Janeiro
nesta terra, criei a primeira Escola de Medicina
Companhia de Seguros e coisa de vidraceiro
que estudo e trabalho, aqui é coisa de sina
Uma fabrica de vidro teve muita utilidade
para o desenvolvimento da nova sociedade
coisa que fiz com seriedade e estima

Depois partimos para o destino definitivo
ainda no oitocentos e oito no mês de março
tínhamos coragem, sabedoria e poder instintivo
para assumindo com garbo correr pro abraço
chegando num lindo mês, ao ponto derradeiro
que a história começa a mudar: o Rio de Janeiro
recebendo esse continente régua e compasso.

Termina assim a época dos vice-reis
que agora é Portugal e Algarves Reino Unido
não tendo mais representante, só o rei
que manda, desmanda, pune mas não é punido
Após o desembarque no Paço, oramos na Sé
agradecendo a boa viagem por termos fé
na bondade de Deus que somos agradecidos.


Elias Antonio Lopes, notável português
a Quinta da Boa Vista nos deu para morada
E a cavalo dado não se frisa a tez
toda a família real não se faria de rogada:
fomos todos para aquela lonjura morar
com pequenas correções para alterar
ficou bela a construção, de belas portadas.


Foi glorioso os anos oitocentos e em abril
quando decretei aqui, do comércio, a liberdade
revoguei a proibição que havia no Brasil
por interesses antigos, de fábricas de verdade
com muita satisfação criei o ensino médico
fui até soberbo, sendo muito ético
estabelecendo da grandeza, a possibilidade.

Foi um tempo de grande transformação:
criei a Imprensa Régia, depois Imprensa Nacional
o tribunal de Justiça ou Casa de Suplicação
o Jardim botânico com sua palmeira imperial.
Foram grandes feitos, nesse momento primeiro
que até surgiu a Gazeta do Rio de janeiro
nessas terras do reino, o primeiro jornal.

Ainda neste início do século dezoito
século de grandes realizações em todo reino
na Europa, não foi tempo de chá com biscoito
foi de guerras, escaramuças, tempo derradeiro.
Nesse início de milênio, aqui até criei
Banco Público, ajudando no que transformei
essas terras do reino, em solo brasileiro.

Na parte do reino em solo europeu
a resistência portuguesa foi implacável
em sucessivas derrotas que Napoleão sofreu
e a resistência portuguesa era inexorável
enquanto este rei que a tudo levava a sério
alando a imaginação, construiu esse império
que no novo mundo se mostrava formidável

Invadimos a Guina Francesa e os enfrentamos
sendo vitória lusa nos trópicos, com a Inglaterra
que unindo-nos a sua frota, os derrotamos
botando esses franceses a correr por terra
por rios e mares e tudo o mais que o mais
que o povo dessas paragens é de paz
não chora, não grita e também não berra.

Um primor de minha passagem por aqui
trouxe por gostar e não foi no grito
da paixão de pensar, conhecer e refletir
muitos dos iguais como o parceiro livro
uma biblioteca para o mundo tropical
exuberante, soberba, variada e sem igual
para o alimento do Homem, como o trigo

Dizem até que eu vim corrido de Portugal
como se fosse fácil tamanha empreitada
deixar o porto com uma biblioteca descomunal
e milhares de pessoas bem embarcadas
em naus, fragatas, briques e navios comerciais
tarefa longamente estudada em projetos especiais
para o sucesso da saída e não de uma escapada.

Por aqui as coisa iam de vento em popa
em oitocentos e dez criei a Academia Militar
para a segurança dos limites dessa terra toda
e para o cidadão das cidades, a Polícia Militar
e também de teatro que sempre amei: o São João
era no ano dezesseis era essa a maior expressão
o status do Brasil de Reino Unido do além-mar.

Também neste dezesseis morre mamãe Maria
que no Convento das Carmelitas ficou enterrada
mas por contrato de nora ganhei outra Maria
a Leopoldina que com Pedro I, ficou casada
foi época de progresso e grande crescimento
época das virtudes que iam florescendo
numa nação e em sua difícil caminhada

Das artes chegaram aqui Taunay e Debret
na memorável Missão Artística Francesa
não poderia deixar parar nem retroceder
o progresso levaria com muita firmeza.
Umas revoluções pernambucanas por aqui
e portuguesas constituições no porvir
eu me impunha com rigor e franqueza

Até quando mandava Pedro me representar
no oitocentos e vinte, a situação se complicaria
numa constituição que elaborada em Lisboa
meu reinado prolongar esta não queria
chamei meu filho e falei da separação
e que ele seria imperador dessa nação
e com muita nobreza nela reinaria.

No oitocentos e vinte e um voltei para Portugal
levando Carlota Joaquina e sete filhos naturais
lá, inclusive, assinei a constituição Liberal
antes que não pudesse assinar mais
ficando aqui, Pedro, como príncipe regente
proclamou a independência do país emergente
sem tirar pouco ou tirar de muito mais.

Nos vinte e dois é proclamado imperador
reconheci, claro, do Brasil, a Independência
de meus direitos absolutista fui merecedor
mas com D. Miguel e Carlota perdi a paciência
pois o filho e a mulher viviam me sabotando
na minha estrada toda escaramuça jogando
com frieza e vilanias, sem arte e sem ciência.

De arte e ciência, até tiveram, pois veja só:
eu morri de morte bem matada e misteriosa
hoje, essa história para os estudiosos tem nó
ninguém consegue descobrir de que forma
se deu meu desenlace dessa vida tão boa
pra me deixarem embalsamado em Lisboa
no Mosteiro de São Vicente de Fora.

Não há mais do que com isso se importar
se lá quase duzentos anos já são passados
e até mesmo Inês do barco se pôs a pular
não haverão de serem tristeza ou desagravos
que modificarão o que ocorreu nessa história
nem tampouco me tirarão a imensa glória
de ter sido coroado rei nesta terra de bravos.

Pois nesta terra tropical, rei fui coroado
de Portugal, Brasil e Algarves, soberano
de um Reino Unido e abençoado
de soberbas matas e paraísos serranos
onde apurei possibilidades e sentidos
em emoções de paladares curtidos
nas penosas temperadas ao primo-canto.

no dia 24 de janeiro de mil oitocentos e oito
cheguei após alguns incidente à Bahia
e ao Rio de Janeiro, em março do dia oito
com muita ansiedade, propósito e euforia
afinal eram outros tempos a descortinar
terras e mais terras para ao reino consolidar
com muito trabalho, ciência e galhardia.

Achei até pouco tempo para tanta empreitada
mas deixei raízes de boa cepa, muito frondosas
que ajudaram a fortalecer a nação colonizada
com espécimes raras, íntegras e frutuosas.
As pesquisas que nos trópicos já engatinhavam
nas primeiras escolas que se criavam
a partir de intervenções reais imperiosas.

No Novo Mundo não poupava os agradecimentos
aos que com atitudes de fibra, de muita firmeza
trabalhavam para o seu engrandecimento
para a sua real soberania e sua nobilíssima riqueza
agradecendo a Bernardo Soares de Proença
pelo caminho construído dessa forma e crença
na vitória pelo valor da empreitada e da nobreza.

O Caminho de Inhomirim, construção formidável
em mil setecentos e noventa e nove mandei calçar
ou melhor dizendo, empredar de forma notável
para que até as carroças pudessem trafegar.
Uma légua e meia já estava em construção
obra de Domingos Filho, alargamento e medição
tão engenhosa, que ninguém conseguia escorregar.

Nesse início de século o café já dava na vista
que ao açúcar na exportação iria substituir
era só escoar pelas estada ou pelas pistas
que a riqueza do país será certa no porvir
que a grande dessa nação tem sido construída
com a tempera de folhas caídas
com corações dilacerados, a sorrir.

Gostei muito quando estive na baixada
e vi o que resultou da carta enviada ao vice-rei.
A estrada de Inhomirim estava toda empedrada
e a circulação de mercadoria como imaginei
foi trabalho de Domingos Francisco, sargento-mor
e capitão Aureliano de Souza, o melhor
supervisor de estradas que na época enviei.

Em mil oitocentos e nove visitei a estrada famosa
orgulho da engenharia colonial brasileira
felicitei a toda essa gente que era nossa
estendendo louvores como se estende bandeira
para essa gente que num esforço viril
vinha transformando essas terras do Brasil
em terras estendidas da raça portuguesa.

Por enquanto, em berço esplêndido, descansando
passo o tempo dando tratos a minha memória
de muitas coisas com ternura lembrando
coisas importante para mim ou para a história
na passagem que tive pelas terras do império
das gulodices penosas e do que levei muito a sério
que foi de Portugal,m Algarves e Brasil a eterna glória.












"...Nós todos que, aqui estamos temos muitas razões para nos lembrarmos da memória de Dom João VI, todos lhe devemos ser gratos, pelos benefícios que nos fez: elevou o Brasil a reino, procurou por todos o seu bem, tratou-nos sempre com muito carinho e todos os brasileiros lhe são obrigados...".


Marquês de Caravelas que em 1826, discursando no Senado por ocasião da morte do Rei disse:

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