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Cordel-->Marta Rossi, A Professorinha Nota 10 de Duque de Caxias -- 15/01/2008 - 06:52 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Marta Rossi, A Professorinha Nota 10 de Duque de Caxias




Por muito tempo tem atrasado
o desenvolvimento do país
a falta de escola para todo mundo
a falta do conhecimento de raiz;
das profundas e complexas ciências
nas multiplicações de sapiências
para ser um povo sábio e feliz.

Mas, como há muito se tem dito,
não há interesse dos mandatários
em democratizar o conhecimento.
Como o povo é apenas locatário
não é preciso ler e nem pensar,
senão vai acabar por questionar
e, quem sabe, querer ser donatário.

Tem ficado secularmente assim,
na plena escuridão da ignorância
sem conhecer os direitos básicos
à sua vida, desde a terna infância
pela falta da escola, da educação
e de alguém que lhe ensine a lição
mostrando a sua importância.


Hoje, a bem dizer, tem melhorado
o ensino neste Brasil brasileiro,
mas há muito mais o que fazer
para serem cidadãos verdadeiros,
plenos de pensamentos e liberdade.
E diplomados em nossas universidades,
tão boas quanto as do mundo inteiro.

Mas a mais valia do nosso ensino
a grandes homens e mulheres se deveu
desde os primórdios da nossa história.
A luta pela educação jamais arrefeceu
o ânimo dos mestres-escolas brasileiros
em todos os rincões deste País ordeiro,
nação de um povo abençoado por Deus.

De muitos mestres posso falar
como de outros devo esquecer.
Foram muitos, orgulhosamente
atuantes na área do saber,
com estoicismo e fidalguia
levando a sua sabedoria
para os que desejassem saber.

De muitos poderei esquecer
quando me faltar a memória
no momento de escrever:
sobre os vultos da história
que a educação nesta cidade
forjou com a ética da verdade
deixando o tributo da glória.

Nesse pequeno cordel,
presto minha homenagem
a uma das educadoras
que proveu nossa cidade
com qualidade na educação
e, na vida uma grande lição,
um exemplo da melhor idade.

De Martha Rossi, estou falando
dessa exemplar professora
que desde o Regional de Meriti
nunca deixou de ser educadora.
Nessas terras de Caxias
com pujança e alegria
de prêmios é colecionadora.

Martha Ignez de Freitas Rossi
nas terras de Araribóia nasceu.
Seu pai, Antônio Gomes de Freitas,
onde a música imperiosa floresceu,
no Colégio Salesiano foi professor.
E, nas harmonias que ensinou,
nas melodias, a menina cresceu.

Logo, em Ponte Nova foi morar
terras das Minas Gerais e foi legal.
O pai comprou um sítio e uma casa
e, no Salesiano de lá fez o ginasial.
Com dezessete anos, precursora
formou-se brilhantemente professora,
concluindo com méritos o Normal.

Com o jovem Francisco Rossi,
aos dezenove anos se casou,
acompanhando o marido por
BH e São Paulo onde morou;
depois veio para o Rio de Janeiro
em 1949, e foi o ano verdadeiro
que como mestre desabrochou.

Na Escola Municipal Gastão Reis
com lápis, borracha e caderninho
foi lecionar no Bairro Corte Oito.
Também na Professor Motta Sobrinho,
que era outra escola municipal.
Na igreja adventista era muito legal,
pois funcionava com saber e carinho.

Em meados dos anos cinqüenta
na Regional de Meriti foi lecionar,
exercendo o magistério com dedicação
até a compulsória chegar.
Em Armanda Álvaro Alberto encontrou
exemplo na profissão que a emocionou,
para jamais deixar de ensinar.

Conviveu com figuras importantes
do magistério de nossa cidade
tais como: Olga Teixeira, Emília Lazzaroni,
Porcina Poubel e suas magnanimidades.
Jandira Rifan e Wanda Ferreira,
Alberto Marques e Montes: verdadeiras
duplas de mestres. Grandes sumidades.

Na cultura, maestro Plínio Batista
e Barboza Leite, mestre pintor.
Carlos Sá Bezerra, o jornalista,
Rogério Torres, o historiador
assim como Wilma Teixeira,
Hilda do Carmo Siqueira
e, Stélio Lacerda, também professor.

Nos anos 70, muito demonstrou
a sua garra de educadora,
quando o Mobral aqui se instalou
atuando como Mobilizadora,
arregimentando para a educação
os carentes de estudo e lição
de Magaly sendo colaboradora.

Foram tantos e tantos mais
que fica até difícil enumerar.
De ex-alunos é muito por demais
que para reunir, espaço só há
no coração da eterna professora
de imensa paixão imorredoura
para aprender, ensinar, educar.

Para ensinar, ela pegava na mão
dos pequenos alunos para caminhar
por caminhos que partiam do coração
que só anjos e sábios sabem trilhar.
Eram nos livros e cadernos folheados
por pequenas mãos e olhos admirados
que nunca deixaram de sonhar.

Anarriê!... a caminho da roça...
na noite, o quentão esquentava:
tinha milho, cuscuz e paçoca,
e a batata na fogueira queimava.
As Festas Juninas, eram uma sensação:
Santo Antônio, São Pedro e São João.
Nas festas que organizava, educava.

Ela botava em prática as utopias
que Armanda Álvaro Alberto sonhava.
Eram corda e caçamba que se uniam
buscando a água que saciava,
levando às crianças a educação
que nelas era mais que a paixão
que sempre e sempre aflorava.

A paixão lhe deu no fazer
um ritmo muito veloz.
Andava de sala em sala
sempre desfazendo nós.
Não havia nada mal feito
que ela não desse um jeito
sem que alterasse a voz.

Passando pela biblioteca,
um livro na estante era ajeitado.
Pela secretaria, o arquivo
sempre deixava organizado.
Pelo museu, a arrumação
das peças em exposição
mantinha com muito cuidado.

A merenda não faltava
com mate, angu e carne;
nem nunca poderia faltar
mesmo que chegasse tarde
pois, a barriga da garotada
com fome ficava zangada
e, neste caso, não ronca, late.

Era pau para toda obra
nossa querida professora
com esse imenso coração.
Muita gente colaboradora
ajudava sempre que podia
E, até de felicidade sorria
por sentir-se uma doadora.

Aos setenta anos, aposentada
por imposição regulamentar
mesmo estando atarefada,
foi logo aprendendo a pintar,
pintando sonhos e visões,
paisagens, flores e emoções
que a vida não pode parar.

A Associação dos Artistas Plásticos
da Cidade de Duque de Caxias,
com muito bem querer,
veio a ser uma nova moradia
para a novíssima pintora
que nesta casa acolhedora
posa com muita galhardia.

Aos 84 anos de idade, a paixão
que a mantém pela vida, amante
atenciosa e mais que o mais;
pois é paixão transbordante
incansável, doce e aguerrida,
um jardim de margaridas
onde aflora diamante.

Hoje integrando a Academia
Duquecaxiense de Letras e Artes
será eterna, pois, é imortal.
Como em tudo que faz parte
faz com garra e sentimento
capacidade, amor e talento
nunca é cedo, tampouco alarde.

Organizando em caderninhos,
mantém sempre em dia
as coisas que tem carinho
guardadas com a alegria
de tesouros recebidos;
são textos, fotos de amigos
sem saudade, sem nostalgia.

São presenças impregnadas
nas fibras do coração.
Belas imagens tatuadas
com as tintas da emoção
que por sua vida passaram
e, logo se eternizaram
pois, para sempre ficarão.

Assim como na família querida,
Fernando, Marilena e Silvana,
forjados no doce da vida
que de seu coração emana
e, dos muitos netos e bisnetos
para ficarem bem perto
do abraço de quem os ama.


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