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Contos-->FAZENDO A DIFERENÇA -- 17/06/2004 - 14:03 (Rose Maura Fleixer) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Certa vez ela foi embora, pensou que seria por pouco tempo, pensou até que seria uma aventura e logo retornaria, e foi, sem saber o que encontraria pela frente, apenas perspectivas de sucesso em suas buscas, fossem eles quais fossem, pois quando decidiu-se por ir, não sabia o que buscar, mas obedecia o ímpeto que sempre a levava a todos os lugares por onde andara.

Era uma terra estranha, com pessoas estranhas e o amor deixado para trás, durante a partida, lhe remoia o remorso de ter dado um passo em falso e talvez caísse. Suas prioridades eram as paixões e, daquela feita, foi a primeira vez que se pôs em primeiro lugar, mas, para tanto, agiu rápido e sem pensar, porque seu coração é que regia sua razão e no fundo, ela sabia que ele poderia traí-la algum dia, como já o tinha feito antes.

Ela gostava de impressionar e isto foi o seu começo errado onde chegou, porque lá, todos gostavam de brilhar e brilhar muito, um mais que todos, porém, ela não se importava com os outros brilhos, ela só queria brilhar também, mas na terra estranha, as pessoas se incomodavam com os brilhos alheios, sentindo-se ofuscadas pelos mesmos e este foi seu segundo erro.

Ingenuamente, na ânsia de brilhar, acabou por brilhar rápido e mais que muitos que lá estavam há muito tempo, e eles sentiram-se ultrajados com a prepotência dela em brilhar demais. Sua aventura de sonho começou a virar vida real, mas ela só estava acostumada a viver sonhando, só que agora, não era mais menina, também não se sentia mulher, mas teve que começar nova jornada em sua vida.

Percebeu, então, que incomodava porque aparecia demais dentre todos e para ela, aquilo era uma brincadeira de desafio, até que comprou a idéia de se mostrar cada vez mais, até que alguém de coração bom a visse como queria ser vista. Muito tempo se passou, entre decepções, birras, conflitos existênciais e uma má visão se formou em sua cabeça sobre o ser humano, em quem ela tanto acreditara.

Conheceu o lado mal deles; conheceu o lado egoísta deles; conheceu o lado sórdido deles e percebeu, só então, do que o homem é capaz, de forma muito grande, ainda que dentro de tamanha pequenez.

Por muito tempo não quis acreditar no que via, ouvia e sentia, porque era feia demais aquela realidade para ser verdade, pois a sua verdade era mais leve, mais fácil e menos, bem menos complicada. Não entendia como coisas simples eram incompreensíveis; como coisas fáceis se tornavam insolucionáveis; como palavras verdadeiras eram mal interpretadas. Ninguém conseguia ver seu coração, como ela buscava ver os dos outros. Aquilo já não era mais sonho, começou a virar pesadelo, ter que acreditar numa realidade que para ela só existia nas novelas.

Foi nesse contexto que virou mulher. Uma terra estranha, pessoas estranhas e as saudades de um passado, que sabia ela, nunca mais aconteceria. Não sabia agora se era ou não feliz. Tinha tudo e se sentia vazia. Olhava para trás e, ao ver tudo que construíra, dava-se por satisfeita, mas lhe faltava algo. Aquele espírito aventureiro foi dando lugar a sensatez da exigência sócio-cultural daquele lugar. Teve que se adequar ao novo, porque não cabia nele como ela era no início. O novo era estranho e feio, mas parecia que havia seguido um caminho sem volta, onde as opções são limitas e para ter o que queria, teria que sacrificar outros quereres, sempre um sem o outro.

Seu problema maior sempre fora: o que é melhor? Por que não os dois, ao invés de um? Por que tudo tem que ser sem ser de fato?.

Passado muito tempo, aprendeu que sozinha não venceria a massa, mas seu coração permanecia fiel aos seus princípios e, mesmo só, continuava fazendo a diferença e isso sim, foi a única coisa que, de fato, a contentou para continuar viva.
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