Quando lembro daquelas noites intermináveis, onde tu e eu fomos uma só carne, uma só
vida, meus olhos fitos ao nada, ficam
pequenos e lamurientos. A lágrima, com
sabor de consternação escorre em meu rosto, assim, como a tua mão deslizava no corpo
meu, suavemente.; e o coração palpitava a
cada movimento de amor. Meu corpo no teu
corpo, minha pele na tua pele, meu suor no
teu suor, juntos, formando um só amor. Nós, eternamente nós, sozinhos, sem nada à dizer
a alguém. Uma ocasião única. Tu, olhando
fixo em meus olhos e eu bem atenta aos teus, assim, Fazíamos juras e promessas de amor.;
de sempre superar todo o mal que nos
perseguia, e dizendo um ao outro o tamanho
da nossa verdadeira paixão. E, observando atenciosamente o que dizias, percebi a luminosidade que teus olhos exalavam, era
tão grandiosa, quanto o brilho da lua que iluminava uma noite escura e estrelada.
Assim, eu notei que teu amor é real, é
sincero. A cama, sendo como instrumento primordial, naqueles instantes de amor,
não tinha tanta importância, pois o intenso querer que nos unia num só corpo, nos
ascendeu de tal maneira, que fomos
anestesiados pela paixão incandescente que envolvia-nos, Enquanto flutuávamos. Os
meus braços te abraçavam de uma forma,
onde eu, com palavras não conseguia
expressar o que sentia, mas sim revelar-te através desse gesto, que me pertences,
que tu, sempre fostes meu, que és meu e
só a mim cabe o direito de desejar-te
tanto. O mesmo, sentia eu quando tu me
envolvias com teu corpo inteiro, com
teu calor, com teu suor e com teus abraços inacabáveis. Os beijos que dávamos, eram o alimento mais essencial à sobrevivência
de nosso amor, onde fomos tão alimentados
que a única sede de que sentiríamos
falta, era a de amar. Nós, tão unidos.
Estávamos vivendo um momento ímpar,
onde nada existia. Nem guerras, nem
desamores, somente a paz nos rodeava.
Nós dois, amando-nos profundamente. A
pureza de nosso amor, naqueles instantes de paixão incomensurável, se igualava a de
um recém-nascido, que chega ao mundo sem
nada saber, trazendo consigo um pecado que desconhece. O nosso amor! É a minha vida, vivendo a tua, e a tua vida, vivendo a
minha. E que nem sempre nós a vivenciamos,
pois um ser Soberano nos distanciou,
fez-nos ficar longe um do outro, num
mundo completamente desconhecido, onde
só existe a saudade, o sofrimento e o amor, guardado dentro de um coração ensangüentado. Onde, os beijos não se beijam, os corpos
não se amam, mas a mente fica com a nítida imagem de dois amantes inseparáveis, que felizmente, juntos, novamente estarão,
para toda a eternidade, se amando e se envolvendo de um modo único, exclusivo,
onde jamais, o amor conseguiu alcançar.
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