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Cordel-->O DESEJO DA MULHER -- 05/01/2008 - 15:26 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O DESEJO DA MULHER

No tempo do rei Arthur,
Ele um dia foi caçar
Numa mata proibida
E lá teve o grande azar
De encontrar seu rival,
Um rei poderoso e mal,
Que o prendeu, a lhe falar:

- Dou lhe uma nova chance
Pra você sobreviver,
Só que dentro de um ano
Terá de me responder:
O que é que a mulher
Durante a vida mais quer
E dela é o maior prazer?

Foi com essa incumbência
Que o rei Arthur regressou
E aos sábios do castelo
Sem demora interrogou,
Mas nenhum à realeza
Soube dizer com certeza
O que o rei perguntou.

Porém eles sugeriram
Que o rei ali convocasse
A velha bruxa do reino
E à mesma perguntasse;
Com certeza ela diria
O que sobre isso sabia,
Dizendo com muita classe.

A velha bruxa encantada
Dirá tudo o que souber,
Ante a távola redonda,
Sobre o que ela mais quer
E deseja neste mundo,
Pois é mistério profundo
O coração da mulher!

De fato a velha bruxa
Tinha bastante talento,
Na boca um dente só
E um hálito fedorento,
Nas reuniões era comum
Ela soltar o seu pum,
Expelindo excremento.

A bruxa manquitolando
Chegou cedo ao castelo,
Pedindo em casamento
Ao rei seu filho mais belo:
- Se aceitar esta proposta,
Eu lhe darei a resposta
E o juiz baterá o martelo.

Indeciso o rei não quis
Levar adiante este caso,
Porquanto ainda tinha
Quase um ano de prazo
Pra satisfazer seu rival
E se livrar desse mal,
Sem demora nem atraso.

A bruxa se despediu,
Dando enorme gargalhada,
Enfurnou-se em sua gruta
Toda suja e empoeirada
E esperou pacientemente
O rei chamar-lhe, urgente,
Pra desvendar a charada.

O rei vendo que seu prazo
Estava quase esgotado,
Não tendo outra alternativa
Senão morrer enforcado
Por ordem do inimigo,
Pra livrar-se do perigo,
Deu seu filho por casado.

Já nora do rei, a bruxa
Disse assim: - Ser soberana,
Assim deseja a mulher
Todo dia da semana,
Quer amar e ser amada,
Sem ser escrava de nada,
Desprezando quem a engana.

O rei Arthur ficou livre
De sua pena de morte,
Porém sua alma aflita
Lamentava a triste sorte
Do seu filho tão querido,
Que com isso fora unido
A uma horrível consorte.

Chegou a noite de núpcias,
Na alcova em lua de mel...
Quando o príncipe esperava
Saborear amargo fel,
Eis que chega uma donzela
Delicada e muito bela,
Prometendo-lhe ser fiel.

O príncipe estupefato
Perguntou com emoção,
Como foi que a sua noiva
Tinha mudado a feição,
Ao que ela respondeu:
- Doravante serei eu
Dona do seu coração.

Sou princesa encantada,
Mas o encanto se quebrou
Apenas pela metade,
Conforme o que se passou;
Desse modo eu poderia
Ser bela durante o dia
E à noite bruxa, que sou.

Porém dou-lhe a liberdade
De ter o que gostaria:
Eu princesa só à noite
E bruxa durante o dia;
Escolha como quiser
Que eu seja sua mulher
Para lhe dar alegria.

O príncipe ponderou
Que viver bem é preciso,
Mas diante da proposta
Ficou ali indeciso:
- Não sei o que responder,
Melhor você escolher
De acordo com seu juízo.

A bruxa, ou a princesa,
Ouvindo isso lhe disse:
- Já que você foi sincero
E, antes que me despisse,
Deu-me plena liberdade,
Eu lhe dou felicidade
Com todo amor e meiguice.

Deixo agora de ser bruxa
E só princesa eu serei
Dia e noite para o príncipe
Que um dia vai ser rei
Por todos muito invejado,
Tendo a mim do seu lado,
Como sempre eu desejei.

Eis a moral da história,
Como sois acontecer:
O bem sempre vence o mal
E antecede o amanhecer;
Sem pretensão de ensinar,
Vou aqui, para encerrar,
Só uma verdade dizer:

No fundo toda mulher
É uma bruxa feiticeira,
Conforme o homem a trata,
Transforma-se de maneira
A tornar-se uma malvada,
Porém se for respeitada,
Será sempre companheira.


BENEDITO GENEROSO DA COSTA
benegcosta@yahoo.com.br
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS































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