Nossa liberdade
Assistida é fruto
Da astúcia definida
Pelas máquinas afetivas
Que não amam seus homens.
Quando eu era um soldado
Na minha lona discrepante
Um pronome, uma velha, um
Maço de cigarro, devolvia uma
Fumaça maravilha que trazia
A estrela prometida.
Na pisada da soleira uma
Província, um Estado, uma fazenda
Encantada, um "super-homem" de
Cueca que transborda uma capa
Envelhecida por seu criador.
Quem sente uma criança tão
Bonita fazer parte da memória
Infálivel dessa guerra narrativa
Que tropeça em adultos imaturos.
Seu desejo natural era me ver
Com uma limusine, um mustang,
Uma ferrari, um batmóvel movido
A vapor barato acrescido de tolices
E mistérios vaidosos e saltitantes.
O que nos torna menos
Humanos, menos maus são
Nossos traços humanóides
Que ninguém confia. Na polidez
Da juventude sem destino que
Vaga na mesmice de um modelo
Enlatado.
Coração, amargura, doentio,
Multidão desvairada entorpecida
Por ideais nobres de burguês
Movido a Coca-Cola com sonhos
Fugazes de Beatles na gaveta.
Não me faça perguntas, não
Estou aqui, estou em você.
E esta peça tão cantada, tão bonita
Faz parte de você.
Nos coloquem numa nave de vidros
Dourados e mandem para o espaço
Sideral. Ela irá se derreter e será
Vapor na poeira do infinito.
Até lá...
Até lá...
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