O ódio
Onda vermelha que arrasta-nos
Ao coração de todas as conspirações,
Transforma nossas plácidas planícies em
Agitado terreno de guerra.
Ídolo de ritual pagão, fera desembestada,
Fruto de corações feridas e almas obliteradas,
O ódio, denso como um penedo, impressionante
Como uma nuvem que se recusa a esconder, transforma nossas
Vidas, nossas malditas e miseráveis vidas.
Sem testemunhas, sem vínculos, o ódio
Escorre viscosamente perante o nosso tempo,
Transforma as paredes em refletores: acaso não é
A necessidade de subjugar? Eu ainda tenho dúvidas,
Tenho meus receios.
Rosa repleta de espinhos sanguinários,
O câncer que nos torna mesquinhos e tolos
Chama-se ódio... Lamentavelmente,
Nosso tempo é o tempo do fim.
(Eder Luis Tomokazu Kamitani)
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