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cronicas-->Mãos na mesa -- 21/07/2003 - 20:25 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma das questões mais importantes para os frequentadores de bares, restaurantes e botecos, é o que fazer com as mãos. Na realidade esta questão das mãos é universal. Tem horas em que não se sabe bem o que fazer com elas. Por isso inventaram os bolsos. Mas quando se está numa mesa de bar, não é usual.

Sim, todos sabem que cotovelos sobre a mesa e mãos no rosto não são permitidos a menos que seja para amparar algum choro compulsivo resultado de alguma desilusão irrecuperável. Todos sabem, desilusão irrecuperável aceita tudo, incluindo choro compulsivo em bar, chilique, tremedeira e água com açúcar. Desilusão irrecuperável é barra mesmo, de modo que cotovelos na mesa, neste caso, são perdoáveis. Releve, desilusões, mesmo as recuperáveis, são terríveis.

A questão é o que fazer com as mãos na convivência normal, no dia a dia despretensioso.

Naturalmente, esta questão tem grande relação com a luminosidade do local. Quanto menos luz, menos se precisa disfarçá-las e, por outro lado, mais alternativas surgem.

Há quem segure o copo e vá esquentando a bebida como se fosse um conhaque à frente da lareira. Mas isto não é bom, cerveja quente engorda. Há muitos que praticam a chamada posição "play mobil", segurando latas de cerveja ou copos em geral, mas esta é outra questão.

E os que não bebem ou bebem muito pouco?

Sempre há o cigarro ou o charuto, mas estes estão cada vez mais fora de moda e os bares já não têm a tolerància de antigamente. Melhor assim, este negócio de ficar fazendo fumaça é bom, mas não é bom.

Nesta questão de mãos sobre a mesa do bar, o maior problema ocorre quando há uma moça bonita na mesa. Naturalmente não falo de noivas, namoradas, agregadas e as chamadas esposas. Falo assim de moças amigas, ou recém conhecidas, cujas mãos não se tem o hábito de pegar. Ela fica ali com as mãos sobre a mesa, e você também, sem saber o que fazer. Não pode sair assim pegando sem um motivo ou disfarce. Mas a tentação é grande, convenhamos. Ela fica ali mexendo com as mãos, aproximando e afastando, fazendo que não nota, mas louca para que peguem. Às vezes esbarra. Coisa rápida, não dá sequer para notar, mas ela nota. Você também. Na primeira vez ela pede desculpas, depois não fala nada.

Há quem acompanhe a música batucando na mesa, mas neste caso a mesa não pode ser bamba, o que é raro. Talvez batucar em caixa de fósforos, mas quem carrega uma caixa de fósforos hoje em dia? E quem quer ouvir seu batucado sem ritmo, atravessando a música? Nem mesmo a moça com as mãos na mesa.

Talvez o melhor seja esconder as mãos sob a mesa, ficar enrolando a ponta da toalha sem que ninguém note. Pelo menos não chama à atenção.

Mas se a moça ao lado baixa a mão e esbarra na sua, ali, às escondidas?


Escrito em 17.07.2003
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O autor mantém lista de leitores que recebem suas cronicas assim que são escritas. Para inscrever-se basta enviar mensagem para renato.rossi@terra.com.br



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