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Artigos-->Estão instituídas as "franquias universitárias" -- 06/08/2002 - 12:38 (Marcelo Franzese) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quem já passou, sabe do que falarei. Quem não passou, espero que passe. Quem nem quer passar, bem, lamento!

Hoje os universitários estão mais para “universiotários”. Explico-lhes, e é simples.

Há alguns anos, as poucas universidades que existiam, e a maioria eram faculdades, tinham em seu corpo discente pessoas que pareciam saber o que queriam, mesmo que por imposição dos pais para seguirem as carreiras de médico ou advogado. Ninguém queria que seu filho fosse jogador de futebol...

Naquela época, e se estiver errado me corrijam, por favor, estar no ensino superior era de fato transformador. Mudavam-se conceitos, opiniões, eram quase “rebeldes”. Lutaram nas ruas, reivindicaram liberdade, pediam apoio da sociedade, enfim, tinham um objetivo, além de se formarem. A única coisa que me deixa triste é saber que as elites tinham o acesso em grande proporção, apesar de o ensino público dar condições para os menos favorecidos.

Neste meio tempo, a coisa mudou. E muito. Temos “n” faculdades e universidades espalhadas pelo país. A maioria particular. E quem continua a estudar? A elite, pois hoje o ensino público é praticamente inexistente. A deficiência veio crescendo na mesma velocidade em que a população mais pobre. O descaso é geral. Quem pode, paga escola particular desde o jardim, o que não significa ensino de boa qualidade. Foi-se a época que ensino era para ensinar.

No superior não poderia ser diferente, ou melhor, estar diferente. O descaso dos anos modificou os alunos de hoje. Tanto faz ter aula ou não. Na verdade é melhor não ter, assim sobra mais tempo para papear ou tomar uma no boteco ali do lado.

Hoje estamos perdidos, sem rumo. Não queremos professores que queiram ensinar. Os que querem são chamados de chatos. Os que nos deixam à deriva são os mais legais.

Estão instituídas as “pastelarias universitárias”. Consórcios de diplomas. Para os empresários do setor, sem dúvida, é ótimo. Ensina-se nada, ganha-se muito. Claro, o ensino não é barato. A exigência é inócua. Para se ter uma idéia do sentido “franquia” que se foi criado, o apresentador Ratinho tem uma faculdade no interior paulista.

Enquanto isso, a procura pelas universidades de renome é mais acirrada. Mal sabem esses que o ensino dessas instituições também está devendo. Apenas o nome carrega o valor devido. Principalmente ao aluno. Mesmo que este for concorrer a um cargo estagiário em alguma empresa, pronto, já está entre os melhores. Os que não têm condições para entrarem nestas, estão condenados à morte, assim como um animal defeituoso que acaba de nascer.

No ano passado, 2001, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) divulgou dados sobre o exame da Ordem de todo o Brasil. A maior fatia dos alunos de direito que acertaram 50% (ou menos) das questões, portanto os que não passaram no exame, foi aqui da região Sudeste. O maior percentual de acertos foi no Nordeste, onde ainda tentam preservar um ensino de qualidade (essa porcentagem girou em torno de 80% a 85%).

As notas vermelhas estão nas instituições que, avaliadas por um órgão incompetente que se denomina MEC (Ministério da Educação e Cultura), se mostram indiferentes com os alunos, os quais são prejudicados em sua carreira profissional. O MEC diz que vai tomar providências. Mas isso já virou chacota, todo ano é a mesma coisa.

Lamentavelmente nos deixamos levar. Para pior. E quem estiver a fim de pensar um pouco, verá que isso reflete em tudo. É uma bola de neve de acontecimentos... Educação-política-social.

O “onipotente” FHC é sociólogo, e com certeza esqueceu de algumas “coisinhas” que aprendeu na faculdade. Isso significa que, além dele, temos nossa culpa pela situação ridícula e incabível que vivemos hoje na educação brasileira.

Lamento por mim, por você, por nossos filhos, e talvez por nossos netos. Se não tomarmos a rédea agora, mais para frente vai ser ainda mais difícil.

Será que está na hora dos estudantes virarem a mesa novamente? Mas não para votar em quem deve sair do Big Brother ou da Casa dos Artistas, mas por um futuro digno. Um futuro que traga de novo o sentimento de termos orgulho de ser brasileiros.



Abraços

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