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| Poesias-->JANELAS QUEBRADAS -- 29/03/2005 - 18:03 (Giancarlo de Oliveira Maron) |
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No meu quarto tem muitas janelas
muitas janelas para a rua
aos quatro quantos tem janelas
a cada passo d um pedestre
eu acompanho pois a cada quanto são duas
janelas,
uma de madeira, outra de aço
as vezes olho por uma de vidro fumê
e vejo as cores do arco-íris meio cinza escuro
as vezes vejo o sol nascer por entres as árvores
da chácara em frente, nascendo atrás da montanha
pela janela de madeira
estilo colonial, como o sobrado do meu coração.
Como um quarto só, sem sala nem cozinha
nem casa nem dormitório nem hotel,
apenas um quarto, no meu céu
com janelas por todos os rumos do mundo
com sol com lua
sem móveis inúteis, sem sombra de solidão.
Mas com teto decorado
sem lembrar das poucas roupas
e muitas caras a guardar
porque na rua tem muitas mansões
de inúmeros quartos, com tantos móveis
decorados e luxuosos,
na avidez d uma vizinhança que arranha o céu
com suas ricas rimas em seus nomes e endereços
pronomes e apetrechos,expostos nas caixasdecorreio
pendurados junto aos enfeites de natal.
E meu sobrado como aquele bordado na cortina
aumentando a sombra em seus corações
de suas janelas, em cores vivas tombados pela minha sina
pois na verdade não tenho nem sobrado
só um quarto, mas de muitas janelas
sem precisar de riquezas pra acabar com as sombras
e ainda mais você vêem contribuir
achando me prejudicar, deixando as janelas do meu quarto
com as madeiras e os vidros todos quebrados. |
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