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Contos-->Tu -- 01/06/2004 - 09:34 (Isabel Fontes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Adoro o teu cheiro...

É fantástica a forma como consegues que me distraia da rotina do dia a dia, como consegues iluminar a minha estrada. Todas as tuas palavras são música para mim, é algo que não consigo explicar. O teu sorriso abre em mim uma esperança na humanidade que já havia perdido, alcanças tudo de bom que já pensava não ter.

Todos me dizem o quão fantástica és e a sorte que tive quando tropecei no metro e te cai em cima, mesmo tendo espalhado o teu saco com a marmita do almoço e teres deslocado a bacia. Após a chegada dos paramédicos e de teres parado de me chamar nomes passei-te um pequeno papel com o meu número de telefone a que nunca ligaste. Eu sei que foi preciso muita persistência minha até me teres deixado entrar no teu quarto do hospital, ao qual tinhas requisitado seguranças para não te chatearem, e eles embirravam sempre comigo. Após várias tentativas minhas, inclusive pela janela do quarto que ficava no 10º andar, depois de muitos telefonemas ao qual desligavas e praguejavas e mesmo quando fizeste queixa na esquadra de que eu te andava a perseguir e a enviar cartas obscenas. Eu sei que não percebias as minhas necessidades, a vontade que eu tinha de estar contigo, de fazermos filhos. Até entendo aquela vez que me tentaste atropelar á saída do cinema quando eu apenas te queria pedir em casamento, eu sei que não sabias. Claro que fiquei um pouco aborrecido, quando após as vinte mensagens que te deixei no atendedor de chamadas a tentar marcar as nossas férias tu não tenhas respondido, e, nesse ano não tenha tirado férias pois a firma não prolongou mais o meu prazo de férias, mas já esqueci.
Agora, apenas quero viver para ti, quero que saibas que és a minha droga a minha doença, a bala que nos mata quando vai direita ao coração. Como daquela vez em que já estavas desesperada e estavas á minha espera, á porta de minha casa e por lapso pensaste que eu era um ladrão e me tentaste matar. Eu sei que apenas me querias defender dos maus, como és linda e generosa!

Mesmo quando foste para o Brasil e os teus colegas do trabalho tinham ordens tuas para não dizerem para onde tinhas ido, e como aquela tua colega cheia de inveja me disse que eu seria o último a saber para onde foste. Claro que me irritou, fiz-lhe uma espera, o que um canivete suíço faz, ela cantou que nem um rouxinol e eu fui logo direito ao aeroporto, até me esqueci de levar roupas. Queria era estar contigo. Só não percebi uma coisa, mas desde já fiquei com má impressão dos brasileiros, foi quando cheguei ao teu hotel aquilo estava cheio de policia e tu estavas a ser escoltada, fiquei muito nervoso tentei furar o cordão policial mas não consegui e fui preso. Só me deixaram sair após duas horas e o teu voo já tinha partido, fiquei triste. Que povo estranho.


A vida para mim agora é um paraíso rolante, não entendas mal não me estou a referir á tua cadeira de rodas, mas, á constante vontade que tenho de estar contigo. Eu sei que esta tenda é pequena e que a policia já nos tentou tirar aqui do jardim, apenas aquela reportagem que passou na televisão nos ajudou a aguentar a pressão, mas tu sabes que qualquer sítio é bom desde que estejas comigo. Neste momento apenas desejo mal ao meu carro onde tu acidentalmente bateste de lado, várias vezes, devias estar com a direcção avariada. Eu sem saber quem era te albarroei da estrada, e não tenhas resistido aos ferimentos e ficado nesta cadeira de rodas onde passas os teus dias a sonhar e sei que é comigo. Mesmo quando após a queixa que a tua tia levantou contra mim culpando-me do acidente, dizendo que eu te andava a perseguir e atormentar á mais de dois anos, eu nunca deixei de acreditar no nosso amor. Aquando da visita que eu te fiz no hospital e a tua tia ficou irritada demais depois de me ver e teve um enfarte e não ter resistido. Sabendo eu que já não tinhas mais família, decidi-me logo a tomar conta de ti, mesmo quando os médicos me disseram que era melhor ires para um lar, que eras um vegetal Os médicos não sabem de nada, dizem que a vida para ti acabou. Eles não sabem de nada! Tu és minha e eu pertenço-te!

Tu, com o teu cabelo escorrido meio oleoso, porque não consegui arranjar trocos a estacionar carros para comprar uma garrafa de água para te lavar a cabeça, isto anda fraco. Os teus olhos azuis como o céu e as lágrimas que deles saem quando olhas para mim e eu digo que te amo. Deixas-me com esperança de que o mundo é um sítio bom para se viver.

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