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Contos-->Família feliz -- 31/05/2004 - 15:11 (Isabel Fontes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pai, por favor deixa de gritar, até parece que estamos sobre fogo!
Mãe, para de chorar, eu prometo que me portarei melhor.
Porque não podemos ser uma família?
Eu sei que é verdade, que fugir da gritaria, e dos problemas, não me vai fazer ser uma pessoa melhor. Vamos apenas fingir, que não temos diferenças, que tudo é perfeito.
Que linda, casa com lindas fotos na lareira, onde todos estamos felizes e nos rimos das brincadeiras que poderíamos fazer.
Prometo que vou falar com os meus irmãos, que passará a ser diferente, a bebida e a irresponsabilidade vão deixar de existir. Prometo.
Passam a vida a discutir sobre dinheiro, sobre o meu irmão e a minha irmã. Eu prometo que tudo vai mudar, será que podemos ser simples?
Pai, eu sei que a mãe te ama. Diz-lhe também. Apesar de todas as palavras feias que ela diz, o amor existe. Não quero mais discussões. Pára de bater!
Quero que passemos esta fase má, que passemos a ser normais.
- Eu bem vi como ele te olhava!
- Só vês o que te convém!
Chega de lamúrias, de palavras sem sentido, qual é o significado?
- Que cor de cabelo é essa? Ele gosta mais assim?
- Porquê, a tua amante é melhor que eu?
Por favor pai, para com esse som...
- Quando é que o teu filho começa a trabalhar? Não me digas que torceu outra vez o pé?
- Devias de ter pena da pouca sorte do rapaz!
- Pouca sorte! Tem 35 anos, comida, cama de borla, e ainda lhe pagas os vícios! Pena!
Vamos voltar a tentar, vamos fingir...
- Vê o que fizeste com a tua filha mais nova, vê! Já com um desgraçado ao colo! Sem dinheiro para a renda.
- Também és pai dela, cabe-te ajudá-la! Só pensas na mais velha, para ti só tens uma filha. A mais velha.
- Ou te calas, ou levas!
Apesar dessas palavras amarguradas, o amor resiste, não o deixem fugir, por favor. Não sou diferente de ninguém, apenas tento sobreviver.
- Bate! Bate! Que eu chamo a polícia! Bate!
- Está calada! Só te aviso mais uma vez!
Vamos voltar a viver, já só quero fingir que somos aquelas fotos que estão nas prateleiras das lojas de móveis. Onde todos irradiam felicidade, nada lhes toca e tudo é bonito. Eu falo com os meus irmãos, vou tentar ajudar a pagar a renda, tentar que ele deixe de beber. Eu prometo.
- Vou para a rua, só para não te ouvir mais!
- Vai! Só sabes fugir!
Pai, por favor não te vás embora? A mão não quis dizer isso, ela ama-te! Todos gostamos de ti. Faz com que ela pare de chorar...
Vira-te, olha para mim, eu adoro-te! Não vás! Passarei a ser melhor, vou falar com os meus irmãos, não vás!
Passo a dormir de luz apagada, e não voltarei a molhar a cama. Prometo que o meu irmão vai trabalhar, e deixar de beber. A mana vai voltar a estudar…
Eu prometo.

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