(Agradecimentos a todos da Superintendência de Caruaru - Toda matutada)
Meu sinhô minha senhora
Nem é preciso paciência
Ninguém paga penitencia
Conto tudo e sem demora
De saber já fiz à hora
Contando a historia da historia
Da viagem que foi glória
De toda a matutada unida
Que mandou com sua lida
E com satisfação tamanha
Num feito que se admira
Um matuto e um caipira
Pra copa da Alemanha
(Emoção e cerveja nas calçadas de Berlin)
E os dois chegaram lá
Numa emoção imensa
Pediram logo licença
Pros "óio" poder chorar
Fazendo Berlin corar
Com a cor verde-amarela
Mirando miragem bela
Com a visão embriagada
Esperam que a madrugada
Trazendo o dia sem manha
Que logo cedinho retira
Um matuto e um caipira
Das ruas da Alemanha
(A dificuldade de comunicação)
Num é fácil de acreditar
Dois cabra ruim de inglês
Conversar com japonês
Sem a língua "imbolar"
E um falava bem devagar
O outro ficava olhando
Com caipira se enganando
Pensando que se entendia
E isso tudo acontecia
Por causa da fala estranha
Inté parece tudo mentira
Um matuto e um caipira
Conversando na Alemanha
(História antiga e percepções da nova Alemanha)
Faz tempo o muro caiu
Caiu de novo com a gente
Futuro é olhar pra frente
Do passado que dividiu
Tristeza em Berlin se viu
Na causa de um fraco forte
Vidas com gosto de morte
Berlin agora reconstruída
De paz ficou possuída
Desse jeito o povo ganha
Qualquer batalha sem ira
Um matuto e um caipira
Aplaudindo a Alemanha
(Visita ao portão de Brandeburgo)
De um lado o ocidente
Berlin dividida no portão
Se passar na divisão
No outro lado se oriente
Berlin agora é presente
Cartão postal de lembrança
Brandenburgo é só herança
E o povo agora é certeza
Sem muro é mais fortaleza
Na paz que ali se entranha
E a felicidade inspira
Um matuto e um caipira
Nas somas da Alemanha
(Cerveja e dança na hoffbrauhaus - choperia - hb em Munique)
Munique é hoffbrauhaus
Encontro simbólico do mundo
Um chopp diabólico fecundo
Tirando a tristeza do caos
Em meio a acenos e tchaus
O matuto deu seus passos
Caiu nos laços dos braços
De uma alemã tão bonita
Na hb o matuto se agita
No som da fanfarra fanha
Ensaia passos de catira
Um matuto e um caipira
Nas festas da Alemanha
(Tour em Munique, visita ao castelo de Ludwig, dizem que ele não gostava)
City tour pela cidade
Passeio “internacioná”
Dois cabras nesse lugar
É cultura e historicidade
Das ninfas da antiguidade
Lá do castelo se almeja
Sexo com chopp e cerveja
Ludwig é só resposta
Da fêmea o cabra não gosta
Munique escuta e se assanha
Se ele é ou se é mentira?
Um matuto e um caipira
Contam causos da Alemanha
(Colônia e sua água, o rio Reno e a igreja de são Pedro)
Água de colônia no ar
Faz o ar bem mais ameno
São Francisco! Rio Reno!
São doces pra navegar
500 degraus pra escalar
Para olhar o firmamento
Carregam no pensamento
Subindo o topo dos magos
Deixam pensamentos vagos
Rio reno é que se banha
A alma que na igreja delira
Um matuto e um caipira
Nos templos da Alemanha
(Hélio "matuto" Ferreira)
O matuto é bicho besta
No verde que a chuva deixa
Tem alegria sem queixa
Igual "balaozim" de festa
Mas alegria como esta
Nunca nem pensou sentir
Fez o peito explodir
Como bomba de São João
Com pavio no coração
Que se acende quando ganha
Prêmio que dele não tira
Um matuto e um caipira
Tem prêmios da Alemanha
(Sérgio "caipira" Cançado)
O caipira desconfiado
Numa euforia descontida
Com a vitória da vida
Ficou todo embriagado
Fez melhor que improvisado
Na alma do improviso
Na cara botou sorriso
Sabia que essa aventura
Era mais que uma procura
Do presente que se ganha
Melhor que jóia safira!
Um matuto e um caipira
Tem prêmios da Alemanha
(Ninguém pode dizer nada, nós somos pé-quentes, enquanto estávamos na Alemanha à seleção venceu!)
Hélio de lá do pajeú
De afogados da ingazeira
Da terra da famosa feira
Foi Sérgio de Caruaru
Eles tem sorte pra xuxu
Torceram sem ter medidas
Ganharam as três partidas
Voltaram com sua torcida
A seleção ficou perdida
Sem eles ela não ganha
Franco é a França que a tira
Um matuto e um caipira
Pé-quentes na Alemanha
Hélio Ferreira
Afogados da ingazeira/PE 19/07/2006
