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Contos-->CUSCUZ e CAZMÃO -- 24/05/2004 - 21:46 (Sardemberg Guabyroba) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dia desses, estava numa grande capital, correndo atrás de vil metal, e me apareceu uma mulher, perguntando se eu gostava de comer CUSCUZ.

Xinguei a vadia. Mandei-a tomar naquelas sílabas. Mesmo depois, sabendo que se tratava da venda da iguaria nordestina, continuei puto e, pior, decidi pela concorrência com aquela vaca coqueira.

Fiquei em casa pensando, pensando, pensando e, finalmente bateu-me o "brainstorm" (ah, moleque!). Criei a minha própria iguaria e fiquei em frente à calçada em que ela vendia o seu CUSCUZ sujo. O nome do meu doce? CAZMÃO!

As pessoas compravam, comentavam e a notícia se espalhava rapidamente. No fim do segundo dia, só umas bichinhas comiam CUSCUZ com a baiana e todo o restante comia CAZMÃO. Diante daquela queda de receita, a mulher chegou perto do meu pseudo-estabelecimento e falou: "Aí! Se não sartá, morre!". Eu: "Vai tomar CUSCUZ!!". Ela se virou e não disse nada.

No dia seguinte, lá estávamos naquele duelo velado, ou melhor, eu vendendo CAZMÃO pacas e ela CUSCUZ na mão. No final do quarto dia, o patrão da baiana chegou junto com ela e, simpaticamente, mostrou-me BALAS. Não eram BALAS quaisquer. Eram daquelas que furam e vêm acompanhadas do que convencionamos chamar de revólver.Tremi bunda, mas me mantive rígido.

"Tá bom, camarada! Tá bom! Se vocês quiserem, vendo a receita do CAZMÃO e vocês passam a vender CUSCUZ e CAZMÃO numa mesma barraca!!"

O sujeito virou-se, conversou um pouco com a baiana e voltou-se sorridente em minha direção.

Falei: "E aí?! É pegar ou largar!"

O puto colocou a arma na minha cabeça e gritou: "VOU PEGAR!! VOU PEGAR!!"

Dessa vez, não consegui segurar o tremelique das minhas nádegas. Tirei a receita do bolso, joguei em cima do quase-assassino e saí despinguelado.

Uns dois anos depois, passando ao largo por aquela rua, pude ver a dupla vendendo o meu futuro. Na verdade, ela tinha uma placa no peito onde se lia CUSCUZ e ele outra, escrita CAZMÃO.

Os doces se completavam. Soube que eles já tinham comprado um apartamento na avenida beira-mar. E eu continuo sendo esse Guabyroba durango, comendo o pó da estrada.Porca miséria!

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