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Erotico-->tempero -- 08/09/2003 - 17:09 (Douglas Lara) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

tempero

A busca do prazer tem características especiais para cada amante. Ao completar 40 anos, a pacata dona de casa Ana descobriu um tempero e um sabor a mais para se satisfazer: o risco de ser desejada e amada furtivamente por desconhecidos. De preferência, bem próximo à sua casa.
Essas conquistas tornaram-se seu passatempo predileto. Eram escolhidas cuidadosamente em semáforos, bancos, supermercados, em qualquer lugar. Não tinham hora certa. Podiam acontecer pela manhã, à tarde ou à noite.
Nos semáforos, Ana parava o carro, retocava o batom sempre vermelho e, seguidamente, virava-se com muito charme e com um irresistível olhar procurando seu próximo amante. Era infalível. A sensualidade e a meiguice compunham seus gestos e eram os principais trunfos para as suas experiências extraconjugais.
A primeira e deliciosa aventura de Ana aconteceu em uma quente sexta-feira de novembro, quando ela deixou o marido Guto cuidando dos filhos Luísa e Guilherme, para tomar café e colocar a conversa em dia com a velha amiga de faculdade, Meg. Animadas, elas chegaram à cafeteria às 19 horas. Quando conferiram, o relógio marcava mais de meia-noite e meia.
Depois de pagar a conta, Ana deixou Meg em casa e ligou o rádio do carro bem alto. As janelas fechadas permitiam que ela cantasse à vontade a música Smooth Operator, de Sade Adu. No semáforo da Avenida Contorno com Rua Alagoas, ela seguiu, pela primeira vez, o ritual que se tornou sua marca registrada, e usou todo seu charme para atrair a atenção de um homem jovem, forte e de cabelos negros que estava à sua direita.
Um sorriso bonito selou a busca que Ana previa. Com seu jeito malicioso, ela o cumprimentou, mas arrancou o carro na certeza que ele a seguiria. Acertara. O primeiro amante a acompanhou até sua casa no bairro Santo Antônio.
Ana acionou o controle remoto da garagem. Mais devagar do que fazia normalmente, estacionou o carro. Apanhou a bolsa e, pelo retrovisor, notou que o rapaz a esperava dentro da garagem, bem próximo ao portão.
Com uma pontinha de medo e muito desejo, Ana abriu a porta do carro. O homem continuava imóvel, enquanto o portão se fechava. O diálogo entre os dois foi curto. Ele tentava esconder a aliança, quando Ana revelou:
- Sou casada.
- Eu também - confessou, ainda sem jeito.
Em seguida, ele a puxou para perto do seu corpo másculo. O sexo, o cheiro, o hálito e o desejo daquele bonito rapaz deixaram Ana menos preocupada e extremamente excitada.
O envolvimento entre os dois acontecia rápido. Na verdade, era do jeito que Ana sonhara. Sem perguntas ou cobranças, seguindo apenas os desejos. Foi assim, sequioso para possuir aquele corpo de mulher, que o rapaz mordeu docilmente seus lábios. Abriu sua blusa com violência e lambeu, faminto, seus grandes e belos seios, antes de carregá-la para o capô do carro.
A forma e a força com que ele a tocava deixaram Ana mais sensual e voluptuosa. Úmida e maravilhada, sentindo uma poderosa onda de prazer invadindo seu corpo, ela recebia e retribuía as ardentes carícias.
Deitada em cima do capô, Ana observava aquele magnífico dorso de atleta curvado sobre seu corpo. Seus beijos eram imorais e demorados. Enquanto isso, o calor que saía do motor do carro aumentava compassadamente a temperatura daqueles dois amantes.
Depois de acariciar o peito e a barriga do desconhecido, Ana abriu o zíper de sua calça e tocou, de forma suave, seu membro. Pelo tamanho e grossura do pênis, ela teve receio de prosseguir com suas massagens. Ágil, ele a incentivou, segurando sua mão com firmeza e impedindo que Ana interrompesse a compressão deliciosa que fazia.
Sentindo aquele sexo grande, grosso e latejante, Ana não resistiu e continuou seus afagos, excitando-se a cada novo movimento. Suas mãos eram ágeis e estavam completamente meladas quando o amante puxou sua calça jeans com força, esquecendo-se de abri-la. Ana o ajudou, desabotoando-a.
Aí, ele a desceu rapidamente, deixando-a abaixo do joelho. Afobado, pegou seu membro grande e pulsante e procurou o sexo de Ana. Com as calças impedindo seus movimentos, ela sentiu muita dor ao ser penetrada loucamente de uma só vez.
O sofrimento de Ana foi minimizado quando, para prolongar seu prazer, o desconhecido amante se retirou de dentro daquele belo corpo feminino. Com suavidade, levantou-lhe as duas pernas fechadas, depositando-as no seu ombro esquerdo, e a penetrou de uma só vez novamente. Forte. Preciso e viril.
Ana gostou da posição e agradeceu ao amante movimentando o quadril de forma circular. Vendo o sorriso despontar nos lábios do belo rapaz, ela acelerava pouco a pouco o ritmo de seu rebolado.
Então, ele curvou-se um pouco mais, segurou com força aquele quadril desenhado, aumentou ainda mais os movimentos dela e chegou os lábios bem próximo ao seu ouvido direito para dizer-lhe dócil e carinhosamente uma pequena palavra:
- Puta.
Ávido pelo prazer de Ana, ele sussurrava:
- Venha, venha. Rebola, puta. Quero-a para mim. Venha. Venha. Não, não pare. Seja minha fêmea. Assim, bem vadia. Todinha minha. Agora. Agora.
Ditas com tanta convicção e sedução, aquelas palavras serviram para provocar o prazer de Ana, que se entregava como uma meretriz devassa e única. Sua satisfação foi tamanha que provocou o gozo alucinado, longo e ruidoso do seu desconhecido amante. Ainda ofegante, ele deu uma pequena mordida nos mamilos rosados de Ana, que estavam expostos bem à frente de sua boca.
Quando saiu de dentro de Ana, ele a beijou com carinho. Enquanto se recompunha, ela voltou a admirar o corpo que acabara de ter dentro de si. Recebendo em troca um sorriso juvenil e um ardente abraço. Os dois não se apresentaram. Queriam deixar gravado em suas mentes apenas aquele prazeroso encontro. Felizes e realizados despediram-se com um simples e curto adeus.
Suada e ainda com o gozo daquele homem molhando sua roupa, Ana chegou em casa e foi direto ao chuveiro. Perfumou-se, adornou seu corpo com uma longa e sensual camisola vermelha e procurou Guto no quarto da Luísa. Encontrou-o adormecido e abraçado à filha. A cena a comoveu. Com os olhos úmidos e muito cuidado para não acordar a menina, beijou-o ternamente na boca.
Ao abrir os olhos, Guto gostou de vê-la bela e gostosa naquele lingerie. Levantou-se cuidadosamente e a abraçou, carregando-a em seguida para a cama. Quando começaram a fazer amor, Guto estranhou as palavras e pedidos que sua mulher lhe fazia. Mas foi muito obediente e descobriu uma Ana extremamente erotizada e insaciável. Desconhecida. A mulher que ele buscava há tempos.
A partir daquela madrugada, o sexo com sua mulher tinha adquirido mais tempero e um delicioso sabor. Guto, por sua vez, outros nomes e profissões. Às vezes, era o professor de natação Pedro.; o entregador do sacolão de olhos verdes Carlos.; o pediatra Max.; o caixa da padaria bem dotado Beto. Em outras ocasiões, o gerente do banco César, que adorava pés.; o cardiologista Otto, entre tantos outros homens e ardentes amantes.
Mas nenhum personagem era tão esperado quanto o taxista Zeca, que aparecia sempre às quartas-feiras. Nesse dia, o marido de Ana alugava um táxi e a esperava no ponto da Avenida Getúlio Vargas com Avenida Cristóvão Colombo.
Às 20 horas, ela chegava sensual, bonita e trajando um curto e decotado vestido preto. Sentava-se no banco traseiro e dava a seguinte instrução:
- Zeca, leve-me a um lugar onde possa me possuir ao ar livre.
A ordem era prontamente cumprida. Ele a conduzia a praças, campos de futebol, ruas escuras e casas abandonadas ou em construção. Dizia-lhe as palavras mais sujas que conhecia e a tratava como uma prostituta barata. Em troca, tinha todos os seus desejos secretos realizados.
Com tantos nomes e profissões, Guto se deleitava com o delicioso tempero que Ana acrescentara às suas vidas. Aos poucos, acreditando que pudesse imprimir mais veracidade aos personagens que representava, ele passou também a assistir os furtivos e excitantes encontros de sua mulher. Tornou-se um exímio e talentoso amante na arte de copiar, com perfeição, pequenos, explosivos e preciosos detalhes capazes de transformar Ana na mais cobiçada, desejada e procurada puta de Belo Horizonte.

Telma Santos é jornalista e escritora de Belo Horizonte/MG
http://www2.uol.com.br/camaredonda/frameset/default.htm
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