SER CIDADÃO
Quem é este ser
que se autodenomina racional,
se vive a vencer
por bem ou por mal?
Quem é este ser?
Ser da civilização,
que se afirma
ser cidadão?
É um ser!!!
Um ser humano:
perfeito,
imperfeito,
dono de todos os defeitos...
Que luta e labuta
pela sua utopia,
pelo seu pão de cada dia,
pelos seus sonhos,
suas fantasias...
Mas o que é, afinal,
ser cidadão?
É esperar que as coisas
pelas coisas se resolvam?
É acreditar na ilusão
de tudo que passa na televisão
e na frente dos nossos olhos?
É ficar calado
com medo de gritar?
É permanecer parado
Com receio de andar?
E persistir no comodismo
almejando a Liberdade?
Não! Isto não é cidadania!!!
Se esconder atrás de si
não é ser solidário.
Então como posso eu passar pelas ruas,
nas noites frias se sem Lua,
e ser indiferente
com aquele jeito
de ser gente:
pobre,
bêbada,
drogada,
maltrapilha e abandonada,
e chegar em casa e dormir tranqüilo?
Como posso?
Sabendo que lá na rua,
implorando um cobertor,
dorme a criança frágil,
porque não tem uma mãe
para lhe dar amor.
E então, mais uma vez me pergunto:
como posso ser cidadão
sem ter no peito um coração
que se compadeça da dor alheia?
Quando o mundo deixar de ser egoísta,
E respeitar sobretudo a vida,
Estou certo de que não haverá mais guerra:
Existirá solidariedade
E paz na Terra.
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