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Artigos-->ENFIM -- 04/08/2002 - 12:18 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ENFIM

(por Domingos Oliveira Medeiros)





Afinal, quem ganhou alguma coisa com este governo que está na sua reta final? Não foram os servidores públicos, com certeza, cuja maioria continua amargando quase oito anos sem qualquer reajuste digno em seus vencimentos; enquanto a inflação, desde que Fernando Henrique assumiu seu primeiro mandato, até os dias de hoje, já acumula perdas salariais da ordem de mais de cem por cento. E tudo isto em flagrante desrespeito ao Texto Maior. A nossa Constituição Federal, que determina que seja concedido, aos servidores públicos, anualmente, e sempre no mês de janeiro, reajustes de vencimentos geral e lineares, a fim de manter o necessário equilíbrio econômico e o poder aquisitivo dos servidores.



Sem falar na Tabela do Imposto de Renda, que permaneceu inalterada até há pouco tempo. E que foi corrigida, recentemente, depois de muita luta. Pela metade. Este fato, como é sabido, reduziu, e ainda vem reduzindo, o poder de compra dos servidores públicos, de modo geral, e também dos trabalhadores, que foram, de idêntica forma, penalizados com um aumento ridículo do salário mínimo. E a desculpa, como sempre, foi a mesma: o déficit previdenciário.



Afinal de contas, o que foi feito do dinheiro arrecadado com a venda de nossas empresas estatais? Vendemos a Companhia Siderúrgica Nacional e a Companhia Vale do Rio Doce. Privatizamos algumas de nossas estradas, nossas empresas de telecomunicações, fornecedoras de energia elétrica, enfim, deixamos de injetar recursos nessas empresas. Este fato, teoricamente, deveria refletir um aumento em nossa receita. E onde está o dinheiro? E a receita que foi obtida às custas da falta de correção da tabela do Imposto de Renda, para que serviu? E o dinheiro que foi emprestado pelo FMI? Para que serviu? E o que foi economizado com o aperto nas contas públicas, que resultados produziram?



Afinal de contas, com relação aos devedores de impostos do INSS e do FGTS, quanto já pagaram suas contas? O que foi feito dos recursos arrecadados? E a CPMF? Quando rendeu, até agora, aos cofres públicos? E o que foi feito para cobrar os impostos dos sonegadores? Quanto foi cobrado? O que está sendo feito do dinheiro arrecadado?



Vá lá que tenha sido usado para pagar nossa dívida. Vá lá que tenha sido para ajudar aos bancos falidos. Afinal de contas, o sistema financeiro não poderia quebrar. Até admitimos. Mas e agora? Decorridos oito anos de imensos sacrifícios impostos à população, qual o saldo em conta?



De que serviu a experiência do apagão? Da estagnação de nossa economia? Do crescimento do desemprego? Do desmantelamento de nossos serviços públicos? Da miséria a que foi submetida as nossas Forças Armadas? Do crescimento desmesurado da violência e do crime organizado? Da queda da oferta e da qualidade da rede escolar de ensino público? Da rede hospitalar? Do aumento da injustiça social de má distribuição de renda? Do retorno às endemias que tinham sido banidas de nosso território, como a dengue e a malária, por exemplo?



Afinal de contas, oito anos de governo para que? Se ao seu término continuamos fazendo a mesma e única coisa desde o início: arrecadar impostos, e outras receitas diversas; pedir dinheiro emprestado ao FMI; pagar os juros da dívida e manter o ambiente econômico favorável aos ganhos dos especuladores internacionais; correr atrás da moeda americana para saldar dívida; , e mais nada. A não ser o aumento de nossa dívida, que foi multiplicada por dez; e ainda agora, ao apagar das luzes, ainda estamos negociando mais 10 ou 20 bilhões de dólares. Digamos que esse novo empréstimo ao FMI vai dar mais um tempo para respirar. E depois? Depois que o Fernando Henrique ficar bom de sua gripe?



Convenhamos. Oito anos é muito tempo. O problema é que contra a soberba e a teimosia não há remédio de curto ou longo prazo. E cá ficamos nós, o povo brasileiro, a pensar se valeu a pena todo esse sacrifício. Sacrifício que lhe fora imposto. Admite-se. Imposto. Vá lá! Imposto. Digamos que sim. Imposto. Afinal, as eleições estão de volta. Até quando? E para quê? Afinal, estamos numa democracia. Afinal, somos livres. E, admite-se, o voto é universal. Digamos que sim. Enfim.



Domingos Oliveira Medeiros

04 de agosto de 2002



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