Quando leio o homem
em seus corpos frios
invento palavras quentes
para traduzir sua existência.
Nesta aventura cega ao ser,
vejo o maço de almas
que se esmagam em vôos
marcados para não chegar.
E, numa tentativa louca
de anunciar o futuro,
vivo invadindo o céu
a procura do texto capaz
de emocionar o Deus
que vive dentro de nós.
Todo o meu medo
se desfaz em drops de anís,
em doses sólidas
de sensibilidade,
no arranjo inexato
que nós leva ao sonho.
“Drops de Anís”
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