Queria pegá-la no escurinho do cinema,
para pôr em prática sua imaginação sobre o "beijo"...
Aquele, de leve...
Primeiro só roçando lábio com lábio...
Depois, conforme a aceitação iria aquecendo mais o ânimo.
A caminho do Shopping, lembrou-se de um verso de Vinícius,
do Soneto de Separação:
"E das bocas unidas fez-se a espuma"...
Que lindo o amor! - pensou - ... Se acaba em espuma, mas pode começar em brasa...
E com o corpo "em brasa", Rafael dirigiu-se para a bilheteria do cinema e comprou os dois ingressos.
Mas Celina não apareceu.
Assistiu ao filme sozinho e continuou sonhando com aquele beijo mágico.
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