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| Poesias-->Vida de Malandro -- 05/03/2005 - 05:04 (Neli Neto) |
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VIDA DE MALANDRO
Neli Neto
Lá vem ele bem matreiro
jogador da perdição
com sua lábia afiada
e grande sorriso no olhar.
Vem buscando seduzir
todas que encontra na rua
com seu jeito aventureiro
e seu perfume de macho.
De um modo irreverente
se veste todo de branco,
na gafieira se atreve
mostrando que é bamba no pé.
Com um cravo na lapela
chapéu de palha na mão
mostra ser cavalheiro
e que tem educação.
Por um samba vai à luta
capoeira é a sua arma
não tem residência fixa
vivendo em cabarés.
Anda na noite, nos bares
jogando conversa fora
sendo a Lapa seu reduto
boemia seu status.
Demonstra que sabe das coisas
diz sempre que faz o que quer
mas por uma cabrocha arretada
tropeça nos próprios pés.
E se agarra com São Jorge
por ser fervoroso devoto
no seu jogo de cintura
tremenda queda de braço.
Chega se achando o tal
bancando o rei do pedaço
impondo na malandragem
seu tipo de espertalhão.
Na verdade não é de nada
só faz cara de valente
qualquer mulher o derruba
tornando-o seu escravo.
Pois ter mulher é o seu vício
de tanto que gosta delas.
Por elas troca as farras
do carteado ao bordel.
E entre um dadinho e outro
marafos em botequins
lá vem ele no gingado
andando, direto pra mim.
Neli Neto
01.03.05
20:42hs-RJ |
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