Andei com um branco nesses dias. Não sei porque minha veia criativa anda em baixa. E logo eu que não sou nenhum Chico Buarque que se pode dar ao luxo de ficar até cinco anos sem gravar. Não! Sou um mediano que precisa criar sempre, todos os dias, senão perco o emprego.
O principal motivo para meu branco, julgo eu, é o trabalho dispensado na preparação de meu livro de poesias. Uma chatice a tal da revisão, mas consegui aprontá-lo. Agora basta uma editora gostar e pronto.
Brancos acontecem. Quando ocorre com um gênio, tal como Mario Prata, João Ubaldo ou Luis Fernando Verrísimo, tudo certo. Eles tem credibilidade para escrever sobre seus brancos e todo mundo adora. Mas um mediano não pode se dar ao luxo de branquear. Outro agravante é o fato de atualmente abundarem assuntos para explorar. Em todas as áreas sobra do que falar, e eu não consigo criar uma linha.
Meu editor está uma fera, é claro. Vejam senhores que até sobre brancos eu mal discorro. Fico enrolado e nada sai. É tão apavorante ter que encher uma página sem inspiração alguma; difícil pra caramba.
Até amanhã, se alguma coisa me surgir