Vou lhes narrar meu último final de semana. Senhoras e senhores, pudicos, honrados e preservadores dos bons costumes: não leiam esta coluna, afinal nela está contido tudo aquilo que deixa de cabelos em pé a maioria dos apóstolos em geral.
Estive visitando João Pessoa e minha esposa convidou-me para uma voltinha pelo interior do Estado. Saímos sem rumo e acabamos em Tambaba. Para quem não sabe, Tambaba é a única praia de nudismo do Nordeste (pelo menos esta é a informação que tenho). Isso mesmo: dezenas de pessoas em pêlo desfilando por uma área devidamente encoberta, banhada pelo Atlàntico. Os apreciadores do culturismo fazem tudo o que uma pessoa normal faz numa praia; inclusive jogam futebol. Imaginaram o perigo?
Por coincidência eu li nesta semana na revista Veja uma critica a respeito de um livro que está sendo publicado, cujo o assunto é o pênis. O assunto fora abordado em toda sua profundidade, com estatísticas, tamanhos, preferências, etc. Como no local existiam exemplares de vários países do mundo, iniciei meu processo de comparação, adequando à crítica da publicação. Fixei-me em tantos quanto possível, para que minha impressão não ficasse sob suspeita.
De toda minha observação, concluí que a maior vergonha de um homem é ter o pênis pequeno. Discretamente, aos ser apresentado, todo o homem, inevitavelmente, dá aquela olhadinha. É uma espécie de análise da concorrência. Fui apresentado ao gerente da associação mantenedora da praia, que além de cuidar da burocracia comum que cerca uma empresa, tem a função de pedir aos frequentadores que tirem suas roupas. Sim, pois tem pessoas que mesmo lendo as orientações, expostas na entrada, sentem-se envergonhadas, e descumprem a regra principal: ficar nu. Isso ocorre mais entre as mulheres, os gordos e os pequenos (pequeno, entende?). O gerente foi muito gentil e depois da olhadela costumeira, nos ditou as normas gerais e desejou-nos bom passeio.
Passamos por muitos grandes e pequenos. Por incrível que pareça os homens olham mais para os homens do que para as mulheres; e haviam muitas, de todos os tipos, mas o olhar recaia... bem, enfim.
As mulheres ficavam indiferentes, exceto a minha que teceu alguns comentários e nomeou nosso mais importante órgão de "coisa pendurada". Refletindo com mais calma eu não lhe tiro a razão, afinal de contas uma das coisas mais feias é ver homem pelado, pelo menos quando está em situação de descanso.
Tambaba é um local frequentado por pessoas de coragem. Afinal, quando se passa o portão cai o segredo. Se eu não tivesse um pênis razoável jamais colocaria os pés por lá. É claro que dar importància ao tamanho é prática de homens sem cultura, retraídos, exibidos, etc. Todo mundo sabe que o tamanho não importa, o que importa é quando é feito com amor... Eu estou no rol dos ignorantes mesmo, e dou total importància ao tamanho. As mulheres não levam a questão tamanho muito a sério, segundo minha esposa. Todo homem pode satisfazer sua parceira; ela mesma já teve namorados pequenos, entende, que a fizeram gozar intensamente. E quanto a mim ela nunca reclamou do tamanho especificamente; mas como o amor é cego, fico com um pé atrás, ainda mais depois do que vi em Tambaba. Os pequenos me serviram de consolo, mas quando lembro dos grandes...
Outra constatação foi perceber que os homens são incrivelmente mais inseguros que as mulheres, um simples comentário a respeito do pênis pode levantar ou derrubar um macho. Já as mulheres mesmo gordas, com estrias e demais fragilidades, arrumam a maquiagem e seguem firme. Quando tristes, esconde e conquistam; segredos femininos.
Com uma tarde toda olhando para pênis, voltei ao meu lar complexado. Mas por sorte tenho uma esposa linda, gostosa, maravilhosa que meu moral e meu pênis.
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