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Cronicas-->São Paulo, que medo -- 22/01/2003 - 14:01 (Clodoaldo Turcato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
São Paulo, que medo


Cheguei em São Paulo faz uma semana, e de cara fiz uma poesia, pesada, sobre minha primeira impressão: fugir daqui. Me sinto como o sujeito que foi deixado no meio da mata sozinho, com árvores por todos os lados e animais terríveis, prontos para comê-lo. Achei o transporte coletivo horrível, pior que Recife. Tudo é longe pra caramba, tudo custa caro; tudo é grande demais.
Como não tinha jeito, resolvi desvendar a selva de pedras, tentar entender como às pessoas vivem por aqui. O paulistano é um bom informante, saúda os passantes e adora uma conversa de esquina. Aqui respeita-se os direitos básicos das pessoas e procura-se ser útil. Raramente negam ao auxílio. A falta de segurança e o medo de ser agredido, não o faz melhor.
As pessoas daqui se dedicam muito ao trabalho; isso as faz perder muito daquilo que a vida oferece de melhor. São pessoas carentes de afeto, que adorariam abarcar-se ao próximo e chorar junto, sem medo de serem violentados.
A minha vontade de fugir já não é tanta, ainda tenho, confesso, mas comecei a achar que no meio de tanto concreto, salva-se alguma humanidade, pessoas que amam à sério.
Contudo, sobram mais críticas que elogia à Megalopole. A cidade era para ser o espelho das administrações do PT, mas não chega a ser grandes coisas. Estive por dois anos em Recife, que sofre às duras penas de promessas não cumpridas. O PT pensou que poderia governar só, esqueceu-se de que o Prefeito tem orçamentos a seguir; herda-se caixas furados, seguidos de uma oposição ferrenha. O PT esqueçe, ou faz que esquece, na hora do palanque que existe Legislativo, e que se governa com Ele; daí a dificuldade em se cumprir as promessas.
Lula acena para um novo pensamento. Quem viu o Presidenciavel em sua primeira campanha, não o reconhece mais. Mudou radicalmente, para ganhar a eleição, isso é certo. Seu discurso é para agradar aos ouvidos de quem ainda decide à eleição: a elite. O PT tenta passar que mudou e suas propostas soam de direita. Lula tenta construir uma base que fortaleça-o na corrida presidencial, aliando-se a partidos que nem de longe bate com sua ideologia. Para os que acham que a política é um jogo, tudo certo, afinal o importante é vencer. Eu preferia ver Lula perder outra vez do que ficar se humilhando para partidos como PL e PMDB.
Com a subida de Lula ao poder, teríamos pela primeira vez no Brasil uma mudança de comando. Um pouquinho do povo se faria representar. Mas com as costuras que andam fazendo, corre-se o risco de as raposas continuarem no ninho.
Mas eu estava escrevendo sobre São Paulo e escorreguei para a política; contudo, vale a comparação. Se olhar-mos para o paulistano, teremos uma fotografia do que o povo brasileiro anda pensando: nenhum governante fará, à curto prazo, mudanças graves em sua localidade de Governo. A mudança vem com o tempo; longo pelas vias normais, rápido pelas armas. A vida de paulistanos e recifenses não mudou com a chegada do PT; nem gaúchos e sul mato-grossenses. Agora fluminenses tiveram sua sorte alterada, afinal quem governa são homens e não mágicos. Com Lula ou sem Lula, vamos ter que enfrentar nossas responsabilidades diariamente.
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