A saga da U.S.I.N.A. II -- Kilandra
Penfield Espinosa
Como qualquer leitor do venerável Bhaghavad Ghita sabe, Kilandra é um nome que é memoravelmente cantado neste belo poema sànscrito. Principalmente no verso famoso
Kilandra, doce lua de Krishna.
Há quem diga que, de fato, Kilandra significa "doce lua no céu". Ou, o equivalente naqueles tempos antigos, onde claridade e doçura eram poeticamente associados, "clara lua no céu".
Mas esta é uma versão fantasiosa, pois pressupõe um idioma ainda mais antigo do que o próprio sànscrito, do qual poucos traços teriam sido deixados.
De qualquer modo, a história narrada no Bhaghavad Ghita é a seguinte: Kilandra, amada mortal de Krishna, o deus dançarino, o deus azul, é ferida mortalmente, em uma ação traiçoeira durante a Guerra dos Pàndavas. Krishna, o deus, percebe esse fato muito tarde, quando a alma de Kilandra já migrou de seu corpo, como é comum acontecer aos mortais que são tão elevados que podem amar deuses.
Quando Krishna, mesmo se deslocando à velocidade do pensamento, chega ao local onde se encontra Kilandra, é muito tarde e sua lembrança visível é apenas um corpo inanimado.
Krishna então chora amarga lágrima de divina impotência: há coisas que nem mesmo deuses podem realizar, pois estão sujeitos a leis muito maiores do que eles mesmos.
Krishna usa de seus poder para transformar o cadáver de Kilandra em um astro dos céus. Ela se torna uma pequena esfera prateada que vai aumentando à medida que sobe cada vez mais. Em algum momento, ela se transforma em uma estrela.
É importante lembrar que os autores do poema não eram astrónomos ou talvez uma parte do poema tenha se perdido. Kilandra já foi associada à Estrela d´Alva, que na verdade é o planeta Vênus, ou a uma estrela da constelação da Ursa Menor. A associação de Kilandra a um astro celeste não está no Bhaghavad Ghita, mas é parte do folclore derivado do livro.
Nossa querida escritora Kilandra, que tem página em http://www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=kilandra
A contracultura no Brasil foi centralizada por locais como Arembepe, na Bahia. Lá os pais de Kilandra conheceram, entre outros, o poeta Torquato Neto, que, se não fundou o movimento, era tropicalista antes mesmo da existência do movimento.
Como tantos daquele tempo, os pais de Kilandra -- até hoje reunidos -- deixaram a contracultura. Apesar da mãe de Kilandra ser professora de yoga, uma arte que a contracultura divulgou para o ocidente.
Kilandra, como grande parte dos brasileiros, vive e mora em São Paulo - SP, apesar de ter nascido na Bahia, como grande parte dos chamados paulistanos.
Desde muito nova, esteve interessada na área das letras, e ganhou vários concursos literários nos diversos colégios que frequentou. Seu pai, que voltou à vida civil como funcionário público federal, foi transferido para diversas cidades em diversos estados, onde Kilandra residiu, estudou e fez amizades.
Destes sucessos em concursos por grande parte do Brasil, Kilandra se influenciou de duas formas:
1) Deixou de ser provinciana, como praticamente todos os brasileiros são: ela é capaz de pensar de modo verdadeiramente brasileiro e não paulistano, gaúcho ou baiano.
2) Diferentemente de quase todos nós, Kilandra não faz e nem ri de piadinhas regionalistas.
Kilandra já não participa de nenhum concurso literário: ela diz que eles não medem nada e frequentemente não premiam os melhores candidatos. Diferentemente dela, nós, que não tivemos seu sucesso podemos pensar com certa inveja que ela pode se dar a esse luxo pois sabe que será premiada caso se candidate.
Querida Kilandra...
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