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Humor-->Governo Pirata? -- 18/05/2003 - 12:02 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Propaganda Enganosa
(por Domingos Oliveira Medeiros)


Tenho que insistir neste assunto. Não posso pecar pela omissão. Lula é um caso típico de propaganda enganosa. O lançamento do produto impressionou pela riqueza de detalhes. A começar pela mudança de lay-out e da própria embalagem. Barba e cabelos bem aparados. Voz suave. Um sorriso permanente no rosto. Cara de bons amigos. Bom humor e tranqüilidade. Ares de “gente nossa”. Tudo isso envolto numa embalagem igualmente bem produzida: terno impecável, gravata e sapatos refinados.

A propaganda valeu-se do marketing “agressivo” e de resultados imediato. Coisa de profissional. A mensagem do produto era bastante agradável. Voltada para o que o povo gostaria de ver e ouvir: mudanças; consubstanciadas numa história de lutas contra as desigualdades sociais. Este foi o apelo emotivo que ganhou, no segundo turno, ruas e praças, coma ajuda da mídia.

O prazo inicial de validade do produto foi de quatro anos. Podendo estender-se por mais quatro.

E assim, lamentavelmente, o povo acabou comprando gato por lebre. Não chegou a três meses de uso e o produto começou a apresentar defeitos. O mais grave deles: tudo indica que se trata de um produto pirata. Cópia fiel do anterior; que o povo engoliu durante oito anos. Sem possibilidades de troca e de devolução do seu voto.

É bem verdade que algumas mudanças foram feitas neste governo. . Mas não as mudanças prometidas ao eleitorado. Por isso, a desconfiança de propaganda enganosa.

A política econômica continua a mesma: subserviência ao capital estrangeiro, juros altos e endividamento crescente. As promessas direcionadas para o social são iguais: não passam de promessas. Sem base de sustentação para sem cumpridas. Faltam recursos. Sobram bravatas.

A política do “feijão-com-arroz”, da “mesmice”, é idêntica. Haja vista o alarde em torno do Fome Zero. Que ainda continua na faixa da “fome cem”. Apesar de que as notícias sobre ele já terem corrido o mundo. E há promessas de tocar no assunto junto aos países mais ricos do mundo, por ocasião da reunião do G-8, do qual o nosso produto estará presente.

E o imbróglio cada dia aumenta mais. A palavra chave, “negociação”, passou a ter conotação depreciativa. O governo passou a “negociar” apoios de todos os partidos, objetivando aprovar “seus” projetos. Para tanto, vem usando, com maestria, o rolo compressor por ele tão combatido em outras épocas. Não admite que seus antigos companheiros manifestem opiniões contrárias às suas.

Governo, diga-se de passagem, que não é do PT e nem de qualquer partido. Principalmente porque foi eleito com os votos de Ciro Gomes, de Garotinho, e, quem sabe, até mesmo de José Serra. Gente que optou pelo voto útil. Que votou - não no Lula e nem no PT – mas, essencialmente contra a política econômica de Fernando Henrique. Que este governo, paradoxalmente, insiste em levar adiante. Esquecendo-se de negocia-la com os eleitores. Os responsáveis pela sua ascensão ao poder.

A partilha do poder petista, ao melhor estilo do “toma-lá-dá-cá”, está criando uma verdadeira “favela” na Esplanada dos Ministérios. Uma “invasão” de pessoas, cargos, ministérios e secretarias criadas sem qualquer rigor técnico. Nem espaço físico existe. Ministros e secretários nomeados esbarram-se nos corredores desse “ajuntamento” populacional. Sem saber o que fazer, como fazer, com quem fazer e com quanto fazer. Não há objetivos claros, faltam recursos, gente experiente e interação política e administrativa.

E as bravatas continuam. Fala-se, desta vez, numa tal de Fase II. No Plano Plurianual de Investimentos. Sem que a população tenha tido a oportunidade de ficar sabendo sobre os resultados da a Fase I. Como se a população não tivesse discernimento para entender que, sem recursos, com a dívida em ritmo crescente, e com os juros nos patamares em que se encontram, não há espaços para investir no crescimento. Crescimento industrial, por exemplo, que não acontece sem que haja volumes consideráveis de investimentos em energia, infra-estrutura, de modo geral, políticas de importação e exportação, treinamento de pessoal, e assim por diante.

O Lula, com todo o respeito que merece, está parecendo aquele amigo e fiel companheiro de infância, o nosso cachorrinho, que aprendemos a amar, que cresceu junto conosco, e que, para nossa surpresa, encontra-se debaixo da cama, trêmulo e com feições modificadas, presas à mostra, tentando nos morder, como se fôssemos estranhos. Sinais típicos da doença da raiva. Raiva de todos os seus companheiros. Eu também estou ficando com raiva. Pois tenho em mente que “somos responsáveis pelo que cativamos”, para utilizar expressão do escritor Antoine du Saint Exupéry,em “Pequeno Príncipe” ou “Terra dos Homens”, não me lembro em qual dos livros.

Eu também, estou PT da vida. Temendo pelo nosso país. Do Amazonas ao Chuí. Do Acre ao Nordeste. Afinal, o Brasil é de todos os brasileiros.

Domingos Oliveira Medeiros
18 de maio de 2003




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