Usina de Letras
Usina de Letras
79 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62241 )

Cartas ( 21334)

Contos (13265)

Cordel (10450)

Cronicas (22538)

Discursos (3239)

Ensaios - (10369)

Erótico (13570)

Frases (50639)

Humor (20031)

Infantil (5439)

Infanto Juvenil (4769)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140811)

Redação (3308)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6195)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Miniaturas humanas -- 03/07/2003 - 09:18 (Leonardo de Oliveira Teixeira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Miniaturas humanas

Leonardo Teixeira - Publicada no jornal O Popular no dia 25/06/03

Como é espantoso o desenvolvimento de uma criança! O primeiro choro, a primeira
risada, o primeiro passo, e até mesmo o alívio do primeiro sono completo.
Não há responsabilidade o suficiente para derrubar o encantamento com os
bebês. E todo sacrifício é válido. Aquele pedacinho de gente carente, uma
bolinha fofa e cheirosa deitada no berço.

Tenho um ser humano em miniatura de quase quatro meses em casa - o menor
de nós - o centro das atenções; cada gargalhada é comemorada com muita alegria
pelo pai coruja. Como não há pai que ache o filho feio e como todos garantem
a beleza dos filhos, também entro no rol dos bajuladores dessa realidade.
Imagino as peraltices geniais advindas do seu ingênuo estado pueril. Preparo
histórias para colorir seu mundo e preocupo-me, é claro, com a educação
e o modus operandi de sua vida.

Ele é o menino dos ventiladores: ri sozinho para todos que vê, não importa
se as hélices estão paradas ou não. Tem o pé do tamanho do meu polegar.
Um olhar doce, na sua cor do mel da flor de girassol. Bochechas mais cheias,
macias e mais brancas do que prometem as propagandas de sabão em pó. Tem
um jeito arisco que cheira esperteza. Consegue ser irreverente para um neófito
infantil. Brinca com tudo o que a vista alcança e consegue se divertir com
pequenos movimentos. Descobri que fica mais calmo quando são massageadas
as suas sobrancelhas finas. Faz reclamações para exigir o direito ao leite
e reluta para dormir, tentando sempre vencer o sono, mas acaba dando trégua
ao desgaste do pequeno físico. "Que bichinho é este, que estende os braços
curtos, como se tivesse, já ao alcance da mão, algum dos sonhos seus? É
um filho de Deus" (José Paulo Paes)

É nas horas de admiração, dentro do sentimento paterno, que não entendo
as razões de abandono a uma criança. Lembro-me de ter lido nas páginas deste
jornal, sobre uma mãe maldosa que jogou o filho num lote baldio e outra
suposta mãe que amarrou um saco de lixo com seu filho dentro, deixando-o
ao relento. Não dá para acreditar nem mesmo nesse estado puerperal. Que
aviltante! Deixo de comentar outras atrocidades, para evitar polêmicas,
mas insisto que as mães busquem o amor ágape - fruto do espírito - que é
tão peculiar e admirável, no instinto materno.

Aos bebês que estiverem lendo esse jornal, mostrem que o mundo é cheio de
doçuras e descobertas, que tudo o que é novo, um dia será velho, que a doçura
não precisa se desfalecer na rigidez das mãos, e ainda que os diversos caminhos
são questões de escolha. Nós é que decidimos como e por onde passar. É bom
escolhermos o melhor caminho, que te deixa em paz, ainda que seja o mais
difícil e estreito."
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui