Vem. Não precisa medir suas forças. Vem pra cima, mira os meus olhos e congela minha imagem na sua retina. Não meça forças na hora de ir contra a minha boca e arrancar dos meus lábios um gosto ácido de amor. Vem. Não precisa esperar. Estala os dedos que eu vou a seu encontro. E depois abraça meus quadris com seus braços longos e encoste a sua cabeça na minha barriga e peça mais um carinho no seu cabelo de onda de mar. Vem. Me carrega para a praia e cuspa poesias ou qualquer coisa piegas bem na minha cara. Eu vou gostar. Depois me puxe pelo cabelo, me vire para você e diga que da minha vida o seu corpo já tomou posse. E me beba, como bebida quente, de gosto forte e adocicado. E me cheire como um perfume barato, mas viciante. E me cate por cada esquina minha com suas mãos afoitas e sedentas de paixão. E depois durma com seu rosto coberto pelos meus cabelos e sonhe comigo até que o dia amanheça na areia da praia com outro sol voyerista brilhando os nossos corpos e diga que teve o melhor sonho de sua vida. E venha sempre. Mas nunca da mesma forma...