O BEIJA-FLOR
Ontem, eu pude te ver
Quando caminhavas...
A pé pela estrada esburacada...
de chão... que naquela hora
Estava vazia,
Sem movimento algum...
O único som que no momento
Podia–se ouvir...
Era de um beija-flor,
Que beijava todas as flores,
Uma a uma com valentia,
Com destemor...
Da janela, eu via tudo isso,
Meu coração solitário...
Trouxe-me esse desconhecido sonho,
O sonho de te encontrar...
Na estrada vazia,
Pra sentir e ouvir indelével som
Daquele passarinho beijoqueiro.
Quem diria que um certo dia
Poderia citar na poesia,
Versos a este passarinho padroeiro
De todos os amantes,
Que a todos os instantes,
Não param de se beijar.
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