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Humor-->Dia das Mães e Demais Dias -- 08/05/2003 - 12:07 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Dia das Mães. Dias de Lembranças
(por Domingos Oliveira Medeiros)


O dia das mães, em geral, para aquelas que são “do lar”. Começa logo bem cedo. Bem antes do sol raiar. E vai até à noitinha. Passando por toda a tarde. Sem tempo pra respirar. Se tem criança pequena. A luta é mais complicada. Bem cedo começa o chorinho. É hora da mamadeira. É hora da fralda mijada. Mas tem que esperar o arroto. Com três tapinhas nas costas. Sossega logo o garoto.

Mas a nova fralda enxuta. Apresentou um dilema. Está suja e com cheirinho. Apareceu um problema. A fralda é trocada de novo. Depois é só enfiar. Na boca, a sua chupeta. Deitar o bebê no berço. Seja ou não de proveta. E partir para a cozinha.

Botar a comida no fogo. Enquanto ferve o café. Acorda com beijo o marido. E o mais velho dos filhos. Aquele mais atrevido. Que não quer saber de escola. Assim começa a gritaria. Do marido malcriado. Que não quer saber de nada. Sai do banho irritado. Pergunta pelo café. E briga com a esposa. Que não sabe que hora é. Dizendo que está atrasado. Que tem pressa pro trabalho. Vestindo o seu agasalho. Reclama do cheiro do alho. Bate a porta com vontade. Diz que volta um pouco tarde. Sai de casa bem zangado.

O filho vai em seguida. Arrastando-se de preguiça. Igual a uma tartaruga. Ou, quem sabe, lagartixa. Nem se quer lavou o rosto. Pra sua mãe um desgosto. Na sua cara uma ruga. E no cabelo alvoroço. E depois de alguns instantes. A mãe fica sozinha. Tira a mesa do café. E volta para a cozinha.

O almoço está quase pronto. A turma começar a chegar. Ao meio dia em ponto. E tudo de novo acontece. A mesa é logo arrumada. Com prato, colher e panela. Na mesa passa a flanela. E tudo suja de novo. O avental fedendo a ovo. A conversa tagarela. O marido enche a pança. Arrota como criança. Vai direto pra soneca. O menino pro seu quarto. Olhar o dever de casa. A menina, a boneca. Volta pra onde brincava. E a mãe não se amofina. Volto pro templo sagrado. Do jeito que lá estava.Na cozinha permanece.

Lavando prato e panela. Segue a rotina da vida. Mas sempre com um sorriso. Que se vê no rosto dela. E a cena se repete. Mais tarde, logo a notinha. E lá se vai a mamãe. De novo para a cozinha. Pois hoje até foi moleza. Não se lavou roupa nenhuma. Porque era o dia dela. Ganhou beijos de montão. E um pedaço de sabão. Uma panela nova. E talvez mais um fogão. Amanhã a coisa aperta. E o serviço aumenta bastante. E bem cedo a mãe desperta. Não descansa um só instante.

Dia das mães é assim. Ainda que trabalhe fora. Não tem tempo pra si mesma. Vai chegando e indo embora. Aliás, ela descansa. Quando está anoitecendo. Com as crianças dormindo. Pois se estiver alguém chorando. Ou o marido querendo. Ninguém vai ficar beijando. Com muita fralda trocando. E o menino mimando.

Já temos dias demais. Dia de todos os Santos. E até dia dos pais. Dias de desencantos. E de saudades também. Tem dia de Santo Antônio. O protetor das mulheres. Que ainda não são mães. E tem dia de São Tomé. Dia de dizer amém. Dia de Santa Rita. E dia de São José. Dia pra quem acredita. No santo com muita fé. Ou na dona da sua casa. A sua própria mulher.

Tem dia de Carnaval. Tem dia que a gente está bem. E outro que a gente vai mal. Tem dia de gritar olé. Torcendo pra seleção. Pra seleção que quiser. Já que o Brasil demonstrou. Não ser mais a primeira. A ganhar campeonatos. Como sempre ela ganhou. Sem precisar de parceiro. Tem dia de ir ao barbeiro. Tem dia de receber dinheiro. Tem dia de ir ao mercado. Com o salário congelado. E comprar pouca comida. Trazendo muita besteira.

Tem dia de eleição. De escolher um candidato. Pela cara do retrato. E depois se aborrecer. De tanta promessa enganosa. De escutar muita balela. Muito verso e muita prosa. Pra depois pagar o pato. Tem o dia da Bandeira. E o da Proclamação. O dia dos evangélicos. E de São Sebastião. Tem dia de fazer greve. Tem dia que chove bastante. Dia que ninguém se atreve. A sair por um instante. Atrás de uma condução.

Tem dia de ir ao cursinho. Dedicar-se com afinco. Nem que seja um pouquinho. Com a leitura eu não brinco. Pra não fazer feio na hora. Na prova do vestibular. Cuidar da vida não tem hora. É preciso estudar. Aprender tudo direito. Ser um doutor ou prefeito. E avisa, assim, levar.

É muito dia que tem. Mas feriado é pouco. Pra gente comemorar. Sem saber que dia é. Por isso já estou rouco. Junto as mãos e boto fé. E grito como um louco. Pra que seja também criado. Um dia especial. Um dia bem dedicado. Um dia mais que normal. O DIA DO FERIADO. E que fique bem distante. Daquele temido dia. do nosso Juízo Final.

Tem dia e tem semana. E tem quinzena também. Semana dos preços baixos. Liquidação no armazém. Semana na loteria. A Mega que tanto torcia. Acumulou novamente. Quinzena dos preços baixos. Liquidação de repente. Assim vão passando os dias. Por cima de toda a gente. E nossa mãe trabalhando. Sem reclamar, nos amando.

Por isso eu não concordo. Com um só dia pra ela. Dia das mães não tem dia. Pois, todo dia é seu dia. E não tem data que pague. O tanto que ela já fez. E o tanto que ela faria. Por mais que nos afague. Se mais tempo ela tivesse. Mais trabalho enfrentaria. Mais carinho ela daria.

Pois lá dentro do seu peito. Há um desejo incontido. O que a mãe sempre quer mesmo. De fato e de direito. Além de muito respeito. É ficar muito feliz. Vendo o sucesso do filho. Cuidando também do seu neto. Enquanto vida viver. Esse é seu rumo certo. O seu presente querido. E isso se pode ver. No seu olhar refletido. Na sua face enrugada. No seu rosto envelhecido. Obrigado, minha mãe. Por tudo que faz por mim. Sem ter mesmo merecido. Pela educação que me deu. E ainda por ter nascido.

Domingos Oliveira Medeiros
08 de maio de 2003
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