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Cronicas-->O velho amor -- 26/06/2003 - 19:20 (Clodoaldo Turcato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Há quem diga que o amor, aquele dos romànticos, acabou-se no meio da parafernália que rege a vida moderna. Com tantos contratempos e falta de tempo, internacionalizou-se o amor, restando um rascunho do que seria sua essência. Agravou-se a perda do encanto, a igualdade entre os sexos e a liberdade sexual prematura. É cada vez mais comum manter-se relação sexual com a amada logo no primeiro encontro; partindo iniciativa da mulher que, graças a Deus, gosta e quer experimentar ousadias só permitidas ao homem.
Embora eu sempre tenha iniciado nos primeiros encontros, sou de um tempo em que transava-se só depois de suar muito a camisa. Eu sou da geração intermediária , que conheceu o amor à antiga, com anticoncepcionais, namoro e noivado, casamento na igreja; e da geração moderna da camisinha, do ficar, do emancebar e do esquecimento da igreja.
Atualmente as relações ficaram artificiais com prevalência das bundas sem cérebro. O mistério contido na mini-saia, que nos fazia imaginar o caminho misterioso pelo vão das pernas, desaparece rapidamente nos biquínis e fios dentais.
Como escritor, a vida em si com seu concreto, asfalto e miséria, me fornece material suficiente sem ter que explorar o amor novelesco em minhas criações. Dentre tanta crueza me faz falta um acalanto. Um Roberto Carlos vai bem de vez em quando.
Neste final de tarde uma cena incomum me trouxe de volta alguma esperança. Vou narra-la, para que o amigo leitor fique à par do que estou tentando dizer:
Tem um sujeito, cuja a função é vigilante, que visita meu vizinho quase que diariamente. Ele é apaixonado pela menina moradora na casa, um enteada pra lá de pistoleira, bonita até, nada além disso. Os dois tiveram um relacionamento que durou seis meses, quando a moça o deixou, estando agora enamorada de outro sujeito. Nosso herói não esqueceu a amada e todos os dias, isso mesmo, todos os dias suplica a volta dela, fazendo todas as promessas imagináveis, caso ela retorne. As negativas são diárias. Inconformado ele não desiste, mesmo passando por cenas humilhantes diante de quem esteja nas proximidades. Já presenciei situações em que ele pedia de joelhos; bebedeiras fenomenais; choros convulsivos; etc. Ele não se importa que todos saibam de sua dor, não se importa com os vexames. O que importa é estar próximo da amada, os outros que se danem. Ouvi da sua boca que a esperará até o fim de seus dias. Chega ser doentio.
Hoje enquanto escrevo vejo-o sentado diante de sua deusa e do namorado desta, que trocam carícias propositais, com o fim de fazê-lo sofrer ainda mais. É impressionante, mas todas as tentativas de afastá-lo são vãs. Numa tarde dessas houve até um briga entre o namorado e ele. Tudo aconteceu justamente porque o namorado achou, e concordo com ele, que nosso apaixonado estava sendo inconveniente. Brigaram, separaram, fizeram as pazes, mas ele não mudou. Passou a ser ignorado. Eu chego a pensar que mais um pouco o casal vai transar na sua frente.
É profundamente constrangedor, porém imagino o tamanho deste amor. A grandeza desta alma, ultrapassando qualquer lógica e noção de amor próprio. Tão impensável...
E assim neste final de tarde de domingo vislumbro o velho e bom amor.
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