Sobreviveram meus antepassados
E, entre histórias abstrusas e esquisitas,
Eu não sou eu. Sou como o resultado
De possibilidades infinitas.
Sou a música, a glória, a frase dita,
O sorriso, o suspiro, a dor calada
E o filho de uma mãe esquartejada
Jogado ao léu em lágrimas aflitas.
Eu sou o que mentiu pra ficar vivo
E o que fugiu negando a identidade.
Carrego infindos séculos em mim.
Eu sou a luta armada, o bom motivo,
A inundação, o amor e a tempestade
De uma seqüência ilógica sem fim.
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