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Contos-->O louco ? -- 04/04/2004 - 10:13 (Ernane Calado de Souza Melo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Da janela do meu quarto ouço o barulho que vem da rua. Parecem gritos surdos desconexos de origem difusa no meio da noite. Olho para o relógio. São 4 horas da madrugada. Estranho. Nesse horário não é comum ouvir ruídos na rua, da janela do meu quarto. Tudo que podia acontecer ao longo da noite já aconteceu. Os boêmios, não costumam aparecer por aqui. Os bandidos dormem tarde, mas nem tanto. Os ônibus com suas descargas sonoras e fumaça preta passam raramente. Já tive dificuldade de voltar para casa nessa hora porque não havia ônibus. E os bêbados? Também, ou já estão dormindo em suas casas, carregados ou não, ou estão em qualquer banco da praça ou nas areias das praias. Os mendigos e catadores de papel, coitados, não fazem tanto barulho. Os poucos ruídos que já ouvi deles, quando passei perto, foram os de fornicação, acompanhados de contorcionismos na grama ou embaixo das marquises, talvez sua única diversão noturna. O que restaria, então? Mesmo sem me levantar da cama e olhar pela janela, deduzi: só pode ser um louco. Somente uma pessoa desprovida de faculdades mentais iguais às nossas é que poderia acordar um cidadão normal, trabalhador, cansado da luta do dia inteiro, que tem que acordar cedo para ir ao trabalho e que está sempre com o sono atrasado. O que fazer? Levantar e chamar a polícia a quem pagamos com os nossos impostos para zelar pela nossa paz e segurança ou ignorar e tentar algum meio de pegar no sono novamente. Uma saída é ligar o rádio, procurar uma música suave, um clássico talvez, e procurar relaxar. Foi o que fiz. Curiosamente, a primeira música que encontrei foi um tango, que me pareceu muito antigo, dos tempos da minha adolescência e cujo nome, se não me falha a memória auditiva, era ´O louco´, ou coisa parecida. Entretanto, não tenho certeza de nada. Não consegui dormir, não fui à janela conferir se havia um louco na rua, se foi tudo um sonho ou se o louco sou eu. A única certeza que tenho é que estou escrevendo tudo isto agora, no final da noite, depois de me certificar com beliscões de que estou realmente acordado.
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