Quando a vida tornar-se madrugada,
E cessar, dos meus olhos, a abridela
Numa festa de arromba – reservada-
Devolverei a terra o que era dela.
Com mil salvas de tiros e honras belas,
Um verme levará-me ao fim da escada
E na mesa festiva, à luz de velas,
Uma sombra dirá: Bem vindo ao nada!
Esquecerei de tudo o que é passado
De tudo o que deu certo ou deu errado
De tudo o que foi bom ou foi sofrido.
E uma frase somente eu guardarei
Neste mundo sem guerras e sem leis:
Foi muito bom viver e ter vivido.
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