MINHA PÁTRIA ESPERANÇA
Em homenagem a Ledo Ivo
Francisco Miguel de Moura*
Sou órfão,
não tenho pátria aqui nem no distante,
perdi-a ao nascer.
O ventre de minha mãe
foi minha pátria.
O ventre de meu amor
foi minha pátria.
O ventre de minha esperança
espera por mim.
Não tenho pátria,
não tenho língua.
A morte não fala,
a morte não tem língua,
a vida é só esperança de não morrer.
Na morte, perde-se a esperança
De língua, de pátria, de amor.
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*Francisco Miguel de Moura é poeta brasileiro, mora em Teresina.
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