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Poesias-->FRANCISCO MIGUEL DE MOURA TRADUZ OS CLÁSSICOS -- 27/01/2005 - 23:50 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Francisco Miguel de Moura traduz os clássicos









À MINHA MÃE





Théodore de Banville (1823-1891)







Quando eu e minha irmã, no bosque mais profundo,

Rasgamos nossos pés entre agudos calhaus,

Beijamo-nos. E alguém disse: “Loucos ou maus!?”

E, por fim, nos perdemos nas vagas do mundo.



Como o vento-verão funde as ondas primeiras,

No leito dos rios em doces, calmas águas,

Mãe, você nos pegou pra consolo das mágoas,

De joelhos, envolvendo as louras cabeleiras.



Bom tempo ali ficamos, doces asas mansas,

Felizes, no abraço, e você falou: “Crianças,

Um dia hão de ser grandes e eu, eu serei velha!”



No mistério, os dias vão, o’ meus pimpolhos,

Mas... Que essa juventude radiosa e vermelha

Fulja nos sorrisos brilhantes dos seus olhos.



Tradução

de Francisco Miguel de Moura







DESDE A TORRE





Francisco Quevedo (1580–1645)





No refúgio da paz do meu deserto,

Junto de poucos livros, porém sábios,

Converso com os defuntos e alfarrábios,

De olhar aceso os ouço de bem perto.



Se não me entendem, páginas abertas

Completam ou fecundam meus apontos,

E em leves musicais, por contrapontos,

Falam dos sonhos desta vida – alertas.



Grandes almas traídas pela morte,

Dos agravos do tempo, a vingadora...

Livra-me, o’ sábio Dom José, do corte!



Porém a irrevogável não demora,

Pois que ela é bem melhor calculadora,

Do que a lição dos livros nos melhora.





Tradução:

Francisco Miguel de Moura























SONETO (da Rosa)



En que da moral censura a uma rosa

y en ella a sus semejantes.



Sor Juana Inés de la Cruz







Rosa Divina que, em gentil cultura,

És, com tua fragrante sutileza,

Magistério purpúreo da beleza,

Ensinamento níveo à formosura.



Ameaça da humana arquitetura,

Exemplo de ilusória gentileza,

Em cujo ser uniu com natureza

O berço alegre e a triste sepultura.



Quão altiva em tua pompa, presumida,

Soberba, o risco de morrer desdenhas,

E logo desmaiada e encolhida,



De teu caduco ser dás tristes senhas

Com que, com douta morte e néscia vida,

Vida e morte por teu ensino empenhas.







Tradução

de Francisco Miguel de Moura

























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