REESCREVENDO A PARTITURA
Tereza da Praia
Imersa no meu silêncio,
Aguço a audição,
Respiro puro oxigênio.
Ouço os sons do meu interior.
O pulsar do meu coração.
Atenta, percebo a harmonia.
Pinto uma fusa.
Ainda confusa.
Procuro a sintonia.
Uma Semifusa
De amor profusa.
Uma semicolcheia.
Pássaro gorjeia.
Uma colcheia
De cor cheia.
Desenho um compasso
Binário,
Ensaio um passo
De uma valsa.
Corpo ainda tenso.
Danço descalça
Uma marcha
Andante
Corpo articulado,
Sigo adiante.
Restauro a leveza
Um adágio suave,
Com muita beleza!
Ser mínima!
Uma mínima
Presença
Breve,
Densa.
Uma fala
Semibreve.
Uma brisa leve.
De repente: coda!
Começa-se da caput!
Sorte na roda
Começar do inicio.
Fusa,
Não tão confusa.
Stacato!
Parada pra meditação
Sentimento abstrato
Ouvindo mais o coração.
Uma suíte.
Nos lençóis,
Tantos sóis
Sustenidos e bemóis.
Notas musicais
Tantos ais.
Uma abertura,
Fim da clausura.
Um prelúdio solene,
Espírito pacificado,
Musica perene.
Stacato!
Um desejo inato.
Um novo Gemido
Silencio, a alma cala.
Um dó sustenido
Um tom maior
Um rondó
Embriagues com licor.
Reescrita a partitura
Do silêncio que fala,
Não cala a loucura.
Regurgita a dor.
Tereza da Praia
Cenas Insanas.
Formatação: Leny Silva
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