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Poesias-->Pluralidade -- 21/01/2005 - 12:40 (Sandra Freitas) |
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O que é
Ser poetisa?
Será perder-me em dores
Num amor imaginado
Criando fantasias
Em versos de poesias?
Nada sei sobre isso.
Mas reconheço,
Falo língua
Sem tradução.
Minhas poesias
Não tem explicação
Levo dentro da alma
Sonhos, alegrias
Saudades e tristezas.
Prendo, apreendo no peito,
Momentos, sentimentos
Teimosos, conflitantes,
Nem sempre meus.
Transpiro amor.
Viajo no vapor
Da minha imaginação
Pairo por sobre a cidade
E fico a observar
Pedaços aqui e acolá
De versos que vou cantar.
Num instante sou luz
Noutro perdição.
Visto-me de névoa
Desnudo a alma
Revelo tantos segredos
Que nunca foram meus.
Em alguns versos sou
A mulher triste,
Que por amor implora.
Em muitos sou a amiga
(Que na verdade existe,)
Onde seus olhos choram.
Em outros sou a rainha
Que os súditos adoram.
Sou capaz de chorar e sorrir
Numa mesma (com)versa.
Mas cá com meus botões...
Com toda essa pluralidade
Do ver e do sentir
Quem sou eu na verdade?
Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.
(Motivo – Cecília Meireles)
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