Braço de rio,
de rio da baia do Guajará.Teu curso segue pela margem direita da ponte do galo,que anda no seio bruto da cidade em luto.;
Teu curso segue pela margem direita do igarapé das armas ou de qualquer rio da bacia do Una. Formando assim a imensidão de raizes da cabocla menina,da indigena, da negra Belém do Pará,que em dias de calor,ainda vela um silêncio morno a chuva e escuta a melodiosa versão cabana do sabiá.Que em noites escuras assiste diante da fogueira de estrelas o nascimento do luar.
Braço de rio,resquiço das matas nativas,que outrora altivas,teima em caminhar pelas veias saturadas da cidade das mangueiras.Onde os filhos se perdem,se comem,se morrem...se matam.
Braço de rio de água parada.Não sabe se vai fugir ou se já está condenada,pois vive numa parte da pátria estressada.
Braço de rio de água barrenta e pesada,desce o sorriso ainda cru nas praias maltratadas.
Tanta gente passa ao redor,tanta gente ver o bolero das ondas,contudo somam suas coragens ao medo da caminhada.E rio a cada dia mais órfão,cruza as noites e os dias empenhado no fim da jornada. |