Cidade de Sidon - 859 AC.
14. Elias prega aos pescadores.
Coroado pelo firmamento dourado, um pequeno barco de pesca se aproxima da praia. Os pescadores que chegam do mar ouvem as palavras tonitruantes de Elias e deixam o pescado e apetrechos sobre o barco para aproximar-se dele.
(ELIAS)
O Senhor é total, intangível e inescrutável!
Permeia o céu e a terra, e ainda assim permanece imaculado.
Ai dos baalins que se entregam a idolatria dos deuses cananeus, prestando adoração às divindades criadas pela própria vaidade humana.
Imiscuídos entre os populares, sacerdotes fenícios espreitam o profeta.
(SACERDOTE FENÍCIO)
O grande Ethbaal deve saber disso imediatamente.
Os populares se dispersam enquanto o mestre recostando-se sob uma árvore contempla o mar.
A brisa traz a noite... Quando intempestivamente um viajante sobre um camelo aborda o profeta.
(VIAJANTE)
És o profeta israelita?
(PROFETA ELIAS)
Acaso vieste a mando de Ethbaal?
(VIAJANTE)
Vim a pedido da viúva de Serafá.
Seu filho está acometido de enfermidade mortal. Não sei se ainda é conservado com vida.
Elias prostra-se e ora com clamor.
(ELIAS)
Ó Senhor! Não permita que o menino Joiada seja tirado de sua mãe!
Ó Senhor. Afasta-o da mão torpe de Jezabel!
Após um breve silêncio...
(VIAJANTE)
A jornada é longa, tome este animal, não percas tempo.
(ELIAS)
Este pobre animal não tem forças para ficar sobre as próprias patas, deixe que ele descanse um pouco.
O profeta toma sua capa sagrada e inicia a jornada, desaparecendo rapidamente no horizonte, sob o olhar maravilhado do viajante.