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Contos-->OUVIDOS NAS PAREDES -- 17/03/2004 - 08:36 (Roberto Stavale) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
OUVIDOS NAS PAREDES


Naquele hotelzinho do interior, mais velho de andar para frente vivia acontecendo fatos incríveis.
Quase todas as paredes entre os quartos eram de madeiras finas. Pareciam papéis de seda.
Trindade, caixeiro viajante gostava do hotel, pois lá escutava conversas de arrepiar os cabelos. Nos aposentos onde se hospedava ficava horas com as orelhas grudadas nas divisórias.
Um dia ao chegar o porteiro foi logo lhe dizendo:
— Trindade tem um casal em lua de mel aqui no hotel. E lhe deu a chave do quarto ao lado dos pombinhos. .
Mas nem banho Trindade tomou.
Sentou-se em uma cadeira encostada na parede de onde vinham os ruídos.
De repente o velho viajante deu um pulo da cadeira.
Começou a escutar o casal conversando:
— Meu amor vou te mostrar a coisa mais linda que você já viu!
— Não vejo a hora de ver. Suspirou a moça.
— Deixe-me tirar daqui de dentro! — É grande; não sei se vai entrar em você? Disse o rapaz encabulado.
Trindade mordia a mão para não gritar.
— Aí que bonito, nunca vi nada igual em minha vida!
— Vadia! Vadia! Falava Trindade entre os dentes.
— Vamos por bem devagar, é a primeira vez e pode te machucar, disse carinhosamente o maridinho.
Trindade suava em bicas.
— Comprido de ponta vermelha, murmurou a moça entre sorrisos.
— Sente-se aqui meu amor, antes de por eu quero beijar os teus pés!
— Beije... beije, não vejo a hora de experimentar isso aí!
Faltava pouco para o viajante ter um colapso cardíaco.
— Aí... aí... gritava a moça. — Está me machucando!
— Calma meu amor, é a primeira vez, depois você se acostuma!
— Não querido! — Não estou suportando a dor, está me esfolando toda! Choramingou a moça.
— Põe o dedo atrás para entrar melhor, disse o moço.
Trindade não agüentou. Deu um baita pontapé na parede. Num estrondo a divisória veio ao chão.
Boquiaberto Trindade deparou-se com a cena mais banal e decepcionante de sua vida: o casal vestido; e nada de sexo!
Simplesmente o marido estava dando de presente para a esposa, um bonito par de sapatos brancos de bicos vermelhos; e o raio do calçado era pequeno e não entrava no pé da mocinha.
Será preciso dizer mais alguma coisa?
Não! Apenas a surra aplicada no vendedor pelo casal apaixonado.



Roberto Stavale
Direitos Autorais Registrados®
Fevereiro/2004.-


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