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Contos-->Assim se passaram dez anos -- 16/03/2004 - 12:40 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era natal, o governo militar, era quem ditava as normas.Assim crianças ainda eram crianças e adultos eram tratados como adultos.Apesar de tantos "AIs", apesar de tanta proibição, uma boa peraltisse era sempre bem vinda, e bem acomodada com umas boas palmadas.
Betinho, foi um menino que escandalizou, ao mesmo que notabilizou a sua época, com as suas travessuras, as vezes,respaldada pela sua cara de gato de sombra.
Naquele mês, exaltado pelo sentimento natalino, ele que já a algum tempo surrupiava qualquer centavo sobre a mesa, para cobrir os seus excessos, fez além do limite.E fazendo jús ao seu comportamento irriquieto copiou a chave do pequeno cofre de seu velho pai.Assim, sempre tinha uns trocados, sempre fazia pouco caso do dinheiro para sua merenda, sempre emprestava a sua querida mãe,por que e sempre o seu velho pai,negava a D. Rosa.
De forma que o fim de ano chegou embalado pelo reveewion, com as músicas estrangeiras em alta,trazendo a evidência uma discoteca, a Geminni Drive, facinação adolescente da época em Belém.
Toda a cidade estava mobilizada para ir para lá, as rádios só faltavam dar ingressos, só que a censura marcava presença.
Naquele tempo só entrava quem realmente tinha idade para entrar, mas toda regra tem a sua excessão.
Betinho estava motivadíssimo, convocou os seus colegas que sempre colocavam objeção, mas ele estava decidido.
Durante o dia pensando, lembrou do saldo do natal... um tênis, uma calça e uma camisa linda que havia ganhado do namorado de sua irmã. Só faltava, ir no quarto e pegar o principal, o dinheiro, que também seria de fundamental importância no suborno do porteiro.
No sábado marcou com seu primo Júnior,quase tudo estava pronto, os ingressos estavam na mão, as roupas e a motivação.
Betinho acordou lá pelas nove horas da manhã, observou o quarto, viu o seu irmão menor enfermo assistindo televisão, os outros irmãos, Márcia e Natalino fora, seu pai na feira e sua mãe dando duro lá na esquina, numa barraca.
Tudo tranquilo, de entrave mesmo só D. Leopoldina, a empregada, que naquele momento estava limpando o chão.
Sorrateiramente foi ao quarto de seu pai e com muita ânsia tomou o cofre nas mãos, rapidamente acelerado como o seu coração, abriu o cofre e nada havia, se não, uma pulseira amarelada.Mesmo assim,sem pensar duas vezes pegou-a, trancou o cofre e deixou-o no lugar.Saiu como entrou. Correu para sala de estar, ligou o som e ficou a bailar, pensando.
Deixou vir a hora do almoço, premeditou, premeditou...todos almoçaram e foram a sesta.E ele, fingindo dormir,contava às horas, esperando o quarto silenciar.Quando tudo parecia nos conformes,de um pulo pela janela foi ao telefone público,ligou para o seu amigo júnior para combinar,acertar detalhes, mesmo sem muita certeza. Ai falou da pulseira e seu amigo indicou alguém para avaliar.
No mesmo embalo, a chuva da tarde caiu sem parar, Betinho, não quis saber, pediu carona no Djama Dutra e seguiu para o Guamá, onde iria negociar a pulseira.
Por ela recebeu um bom dinheiro,que disse ir pagar no próximo mês.
De imediato ligou para o Júnior, e juntos alugaram um carro, qeu Júnior levou para a sua casa.
As seis e meia ele já estava de volta, quando encontrou D.Rosa acordada a perguntar por onde o santinho andava.Sem se deixar pegar fácil, ele alegou ter ido a casa de Júnior acertar para ir a igreja, fazer sua inscrição para a crisma, que começara já na terça feira, após o fim de ano.
D. Rosa uma senhora rispida, mas fácil de enganar, não deu importância, aquilo que ela deduzia ser mentira, mesmo assim ficou a observar cada passo do pestinha.
Entrou a noite feita, um carro buzinou na esquina,Betinho olha pela janela e vê que era Júnior.Mais que depressa,Betinho todo pronto convidou o seu irmão Natalino a ir a Gemmini, surpreso ele concordou, mas duvida se Betinho ira conseguir sair. Mas o moleque traquino, fala com seu pai,inventando uma nova mentira, confirmada por seu irmão, ou melhor, naquele momento o seu aval.
Dinheiro, carro e tempo. Agora só faltava ir,e eles foram.
Chegaram na Gemmini, chamaram o porteiro de lado e negociaram.
Após entrarem naquela imensidão da fantasia se perderam, dançaram a valer. Arrumaram umas garotas e foram parar num motel.lá ainda dançaram,beberam...fizeram uma arruaça.
Ao cair do dia, já nas despedidas do domingo,Betinho como um adulto deu cem pratas para o seu irmão seguir viagem, quando ele,Júnior e as meninas seguiram para mosqueiro.Esse fim de ano só terminou na segunda-feira, quando Júnior acordou Betinho e disse que era hora de voltar.
Ao chegar em frente da sua casa, entrou pela janela do quarto, guardou as suas roupas, e com o resto do dinheiro que sobrou comprou dois tubos de linha e foi empinar um papagaio com seus colegas da rua,em cima da lage do comércio "A casa é de todos",afinal já estava de férias,e ninguém era de ferro.
Com os seus amiguinhos,totalmente entretido num laço, nem percebeu, D. Rosa de Alcantara,sua mãe, de cinto na mão e a raiva exposta na cara, dando-lhe a primeira chibatada no couro, seguida de várias outras, que ele não entendia, ou melhor se dizia não entender o por que, daquela surra.
Assim ele perdeu também o laço,seus acompanhantes que torciam, os tubos e a estribeira ao tentar pular lá de cima no mato.
Contudo foi abordado felizmente pelas mãos de sua mãe em seus cabelos.Nessa hora de mãe e filho, os amigos passam longe, só espalhando a fama de Braba.
Nesse dia Betinho parecia o "Tiradentes" arrastado por toda a rua, apanhando sucessivas vezes de cinto, tentando sair, mais sem sucesso,foi assim, até a sua casa.Dizem que lá ainda apanhou um pouco mais.
Só foi saber o porque em casa, quando foi interrogado, quando devolveu a chave e quando disse onde tinha penhorado a pulseira do namorado da sua irmã.
Já de castigo, no canto pensou quem poderia tê-lo delatado?!...
De repente esboçou um grito:
-Ah! aquele "dedo-duro!
Quando o seu irmão chegou do trabalho Betinho o questionou.D. Rosa ouvindo, respondeu que Natalino não apanhou por ter dito a verdade.
Dai em diante Betinho nunca mais quis saber de inventar um caso na cidade.

Obs: Este texto é extraido de uma situação,cujo homenagem faço, e dedico com muito carinho ao meu amigo Pilão.
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