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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->Como você resolveria esse caso de adoção? -- 09/11/2000 - 02:32 (Agostinho M. da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma garoa fina molha meu dia, saio procurando noticias e ao chegar na praça próxima ao meu lar, encontro pessoas conversando animadamente. Eles não ligam para essa chuva fina e fria, não entendo!
Encontro um amigo, e ele me diz que estão aguardando uma decisão da Justiça. Questionei o que tinha essa decisão de tão importante? E travamos esse dialogo:
- Você não sabe? Saiba que é uma decisão muito importante, que poderá mudar o destino de muitas crianças.
- Como?
- Ele explicou, que o Juiz daria o veredicto sobre adoção de uma criança diferente, que estava sendo disputada por um casal, que surgiu de repente na vida de um menino, e uma médica fisioterapeuta que cuidou desse menino por longos meses.
- Fiquei intrigado! Conte-me mais, preciso saber de tudo.
- Bem! Disse ele. Tudo começou aproximadamente no início do ano, quando essa criança chegou ao hospital. Um menino que não reagia ao toque de mãos ou respondia aos carinhos da equipe médica que recebeu-a para cuidados.
- Mas o que tem isso com a adoção? Perguntei!
- Essa criança sofria de Paralisia Cerebral e não reagia aos impulsos ou carinhos das pessoas da mesma maneira que uma criança normal, porque uma criança; com PC tem atrasos no desenvolvimento motor. Por exemplo: nos primeiros 18 meses uma criança normal, ela é capaz de levantar, andar com certo equilíbrio e usar as mãos para manipulação. Até os 3 anos esse aperfeiçoamento é em ritmo bastante rápido. Essa criança de quem falo tem hoje 5 anos, deveria estar indo para a escola, apta, com controle de equilíbrio, correndo, saltando, jogando e pegando coisas. Saber vestir-se comer, lavar-se falar brincar, etc. Pois este menino n pode fazer nada disso, pois ele depende de todos até para suas necessidades básicas.
- Sim! Ela tinha vida, mas não tinha reações aos estímulos vindos das outras pessoas. Mas, um dia chegaram nesta cidade, uma jovem senhora médica e fisioterapeuta que vinha fazer um estágio na Clinica .. Mal chegou , encontrou esse menino que ela logo apelidou de David.
-Meu nome?
Igual ao seu com o "d" mudo no final, e que o menino ao ouvir o nome pronunciado, mexeu com os pés e as mãos. Parecia que era o seu nome verdadeiro.
- Conte mais, não pare! Estou curioso.
 A médica que se chama Mariah continuou conversando com o menino, mas logo foi surpreendida com uma enfermeira que vinha cuidar do menino. Ela resmungava e disse para a médica que aquele "morto vivo" não tinha salvação. A melhor solução seria que Deus o levasse! E, eis que logo surge o Diretor da Clinica, que saúda a Doutora, e diz que o pior problema deles era aquela criança.
-O menino sofria de paralisia cerebral e não reagia aos tratamentos dispensados. A doutora, prontamente pediu para tentar ajudar no tratamento. O Diretor, disse que sim, desde que ela aceitasse o salário que eles podiam pagar. Ela então prontamente e encantada pelo menino, afirmou que aceitaria qualquer salário, desde que permitissem que ela cuidasse-se daquele menino.
-Veja o que me informou esta Fisioterapeuta de que ele teve muito pouco atendimento especializado antes de chegar a este hospital, e portanto o caso é bem mais grave, pois a principal causa de retardamento da criança em atingir certos marcos de desenvolvimento deve-se à patologia, isto é o teste neurológico. Esse se mostra por vários testes avaliadores que agora n vem ao caso. o que interessa mesmo é que essa criança especial responde a alguns estímulos, principalmente depois de entrar neste hospital.
- O que o diretor disse?
- Prontamente o homem assentiu. A jovem senhora, abriu um sorriso imenso, que contagiou a enfermeira, e ao Diretor. O menino não parava de gesticular, como se aquela médica fosse da sua família. Ele não tinha ninguém na vida. Fora abandonado na Clinica.
-Mas isso é possível!
- Sim! Umas equipes de voluntários o encontraram abandonado na praça central , e o trouxeram para cá. Mas continuando; o menino foi modificando e a médica, cada dia mais se entregava aos encantos do menino tão sofrido. Ela sabia que não havia muita esperança, mas daria sua vida para tentar fazer com que ele, senti-se os carinhos dela e adquiri-se uma melhor qualidade de vida. Ela sabia que os padrões normais de uma criança com quadriplegia espástica (onde todo o corpo é afetado, principalmente os braços e tronco são afetados mais que as pernas, e o controle da cabeça é afetado também, bem como fala e visão), desta forma seria um trabalho para uma vida quase toda dedicada a isso.
- E por que essa decisão do Juiz?
- É que a Doutora, tinha recebido um chamado para trabalhar em um Hospital distante da nossa cidade e queria levar o garoto com ela. Cuidava dele como um filho. Sabia que era para uma vida toda de responsabilidade com essa criança. Mas precisava continuar com o tratamento. Aquela criança reagia satisfatoriamente ao seu afeto e principalmente ao seu tratamento. Ela também queria o menino. Já era considerado seu filho. Só tinha dúvidas quanto ao nome, que iria dar.
-Por que?
- É que ela conhecia um homem no bate papo de um provedor da Internet , que usava o nome de David, e queria homenageá-lo dando o nome dele. Mas soube que o nome verdadeiro do homem não era aquele.
-O cara mentia?
-Sim! Ele protegia o nome verdadeiro, como é normal nas salas de bate papos. As pessoas se guardam e procuram disfarçar sua verdadeira identidade. É um local que a mentira sempre prevalece.
-E como ele fez, para mudar o nome do menino?
-Ela tinha um sobrinho de nome Marcelo e então passou a chamar o menino desse nome e mais o David. Mas não estava satisfeita. Até que um dia, encontrou um casal que não podiam ter filhos, brincando com o menino. Sentiu muitos ciúmes, mas achou que seria importante para o menino. O casal ao vê-la, perguntou se ela que cuidava do menino. Ela respondeu positivamente e então foi surpreendida com a afirmação, que eles iriam adotar o menino.
-Coitada!
-Foi um baque na vida da Dra.Mariah! Ela ficou desesperada por dentro, não disse nada. Saiu correndo, como louca, para a sala do Diretor. E disse que aquilo não poderia acontecer. O seu superior aturdido, perguntou o que houve. Ela, então contou tudo.
-E o Diretor?
- Ele disse que tentaria uma solução. Desceu e conversou com o casal. Mas eles não admitiam que a criança não fosse filho deles. Queria por que queria. Uma situação muito delicada. Como seria a vida do menino, sem a médica? Perguntou. O casal disse que contrataria a médica, e ela duas vezes na semana passaria o dia com o seu filho. (já tinham certeza)
-E como ficou?
-A médica, procurou seus advogados que entraram com o pedido de adoção. Ela fundamentava que o menino sofreria muito com aquela separação. Foi uma luta imensa que ela teve, e agora que o menino reagia ao tratamento, não deveria separar dele. Ela era solteira e aprendeu amar aquela criança como seu filho. Como morava distante, viajava todos os dias para ver o menino. Tinha uma renda razoável que dava o luxo de não depender de salários. Ela não podia perder aquela criança. Tinha que mostrar ao mundo que com amor, poderia fazer com que o mundo dos pequeninos diferentes, poderia ser melhor.
Sua vida tornou um inferno. Não admitia perder aquele menino. A cidade quando soube, passou a torcer por ela.
- E o casal?
- Eles também entraram com o pedido de adoção, dizendo que tinha condições financeiras muitas boas e poderiam dar um tratamento melhor que o dado pela médica. Tinham condições de encaminhar aquela criança para os melhores hospitais do mundo. Além de tudo já tinha outros filhos adotados. O convívio com outras crianças seria bom para o menino.
- E o que diz a Psicóloga que acompanha o caso?
- Dra. Márcia conheceu os pretendentes e não deu opinião. Disse apenas que os dois pretendentes a adoção tinham tudo para fazer aquela criança feliz.
-E você o que acha?
- Acho que é uma decisão difícil. Mas ficaria com a Doutora.
- Se não fosse ela, ninguém ia reparar naquele menino. Ele não movia o corpo e não tinha reação como qualquer criança. O casal apenas queria fazer propaganda do ato. Ele um homem político, poderia ganhar muitos dividendos com aquela adoção.
- Veja! Todos estão indo para frente do Juizado da Infância e Adolescência. Vamos lá?
- Vamos correr! Estou também com a Doutora.
- Não! Não acredito! Não pode ser. Até aqui os políticos mandam?
Acho que está errado! Os juizes para tomar uma decisão, estudam muito bem o caso, e para isso tem ajuda de Psicólogos e fazem sindicância.
-Será que o Juiz não pensou na criança e na médica.
-Claro que sim! Graças a Deus nesse caso o Juiz agiu de acordo com sua consciência e com os ditames da lei.
-Como deu a adoção para o casal?
- Acabei de ler. Prevaleceu o que dizia a lei anterior.
- Para se adotar uma criança, a pessoa tem que ter uma família constituída. Mesmo que seja só de marido e mulher.
- Veja o estado que ficou a Doutora. Ela nunca mais vai ser a mesma!
- Não acredito! Acho que ela não pode dedicar-se apenas a uma criança.
Tem sobrinhos e infelizmente muitas crianças que precisam do carinho dela, quando se formou jurou tratar de todos sem distinção.
- Ela vai amar outras crianças?
- O coração dela é imenso, e quem sabe encontra um menino grande para constituir uma família?

Amigo leitor! Esse caso é real. Recebi de uma pessoa que não quer aparecer. Vou apenas colocar trecho ,da sua carta. Tirem suas conclusões.
Mas o pouco que coloquei mostra um milésimo da realidade...... Me doeu muito mesmo, te juro. Mas consegui. ................................. nestas horas penso como a imprensa perde tempo em não ir atrás de coisas assim para esclarecer e mostrar que as pessoas tem deficiências e elas não são contagiosas, podem ser ajudadas com simples gestos de carinho 2 vezes por semana"
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