Está lá a mulher que eu pensei, sonhando-se minha, fazendo-me rei. Está lá minha felicidade pelas coisas sutis que me dão liberdade. Está lá parte do meu destino, mostrando-me tudo que foi desatino. Está lá, também, todo meu egoísmo, toda minha ganància, todo meu lado próspero inconsequente. Lá está o melhor e o pior de mim, num convívio aparentemente pacífico, mas cheio de beligeràncias.
Ainda derrubarei essa parede, que se disfarça de escudo, mas me desprotege. Ainda empurrarei as ilusões para as profundezas das minhas percepções. Ainda mandarei à s favas tudo que me carcomeu o espírito, tudo que violou minha razão.
Enquanto convivo com o bem e com o mal, sem um pingo de maniqueísmo, aproveito-me da mulher que sonhou comigo, respeito as peripécias do meu destino e com uma das mãos dou uma moeda, mas com a outra atiro pedras.
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