De longe sinto tua presença em meu ser,
Coisa estranha é fazer parte de um todo.
O caminho dá vistas à alma peregrina,
O todo faz das entranhas tua morada.
O quanto busquei teu perfume é coisa absurda,
Um ser que faz parte dum ensaio teatral ainda vive.
Gostar é estranhar a todo momento o novo,
Pra que morar se tudo voa e ensina a sofrer?
A dor incomoda mais que alimenta, faça tua parte.
A cor alimenta e incomoda mais que o todo, pois faz pensar.
Tua risada é tão sórdida à alma que vaga pelo universo,
Sei que o João-de-barro constrói velando intenções.
Agora estás perto d’alma, vigia o dormente, um vagão longínquo.
Que te parece a neblina num dia que se perde pro sem razão?
Vendo você temo admitir que me torturas às escondidas,
De longe sinto tua presença em meu ser, a dor da cor que alimenta.
PeixePoeta |