GARIMPO
Elane Tomich
Foi imenso o exercício
garimpagem de te achar.
Um pouco era sacrifício
queria, como queria
em pradarias de sonhos,
gastar-me em perdição de amar.
Da minha carne cortada,
lances de dor e prazer
cortava-me lâmina afiada
na pressa de te querer.
Outro tanto, meretrício
em jogos de perde-ganha,
amor por moeda ou manha.
Procurei-te em muitos corpos,
em formas, as mais variadas
te bebi em muitos copos
de beijos, beiras transbordadas.
Procurei-te em muitos nichos
de corações acuados
de homens-anjos e bichos.
Percorri corpos agrestes
senti de assalto a peste
almas secas de quem peca
em ventos de areia e gente.
Em tantos ares te vi,
em mares te atravessei
numa tormenta de abraços,
pensando estar em teus braços
Fiz de homens, ambiente
e em tantos ombros morri
pensando que em ti, dormia
Às vezes eu renasci
no tanto que me perdi
Um pouco de ti achei
em algum dorso que galguei.
Imenso foi o exercício,
no garimpo de te achar.
Não , não te vi diamante.
de ti,brita bruta brilhante
Podes ser, um pouco o todo
fração, palavra e lodo.
Talvez só não seja agora,
a hora de te encontrar
meu parceiro por inteiro
em mote de morte te amar!
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