Usina de Letras
Usina de Letras
165 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62272 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10381)

Erótico (13573)

Frases (50662)

Humor (20039)

Infantil (5452)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6204)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Eu o Amava (Hugo Carvalho) -- 10/03/2004 - 17:41 (JANE DE PAULA CARVALHO SANTOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Este conto foi escrito por meu filho Hugo Carvalho e, pela qualidade e fluência do texto, segue para apreciação e deleite de todos.
E orgulho da mamãe, claro.

Jane


Diário,

Eu o amava. Eu sinceramente o amava com todo o coração que tinha me sobrado do meu último falso amor. Ele tinha minha essência nas mãos e podia fazer tudo o que quisesse comigo. E, pior, sabia disso. O tempo todo ele sabia que eu era dele e que nunca teria coragem pra largá-lo. Ou deixá-lo me largar.

Eu o provocava. Eu tinha a impressão de que se eu o deixasse nervoso comigo ele ia sentir algum tipo de qualquer coisa por mim. Mesmo que ódio ou desprezo… qualquer coisa valia desde que ele me percebesse. Esse era o meu jeitinho especial de ser notada naquele lugar.

Eu o enriquecia. De grana, de ego, do pó que eu roubava e das jóias que eu ganhava. Às vezes, até sem querer eu tentava e fazia as coisas que ninguém queria fazer com os caras por que eu o amava. Era de mim que ele dependia pra ser tudo o que era.

Eu me rasgava. Em pequenos pedaços até não sobrar mais nada do que eu possa me lembrar pra me fazer sentir mal. Pra me fazer sentir vivendo a vida. Essa vida que eu rejeito, escondo até a morte de qualquer um. Menos a minha. Eu era o seu ganha pão, vinho, queijo e o banquete inteiro. Nas minhas costas e partes avulsas vendidas em separado por preços diferentes era que se ganhavam as verbas para as festas de semanas inteiras.

Eu me vendia. Pra qualquer um desde que cubra o preço que eu valia. Que ele dizia que eu valia. Fazia tudo. Agüentava tudo. O nojento das outras, os tipinhos das umas, as dores, as perversões e até os chutes e socos eu fingia não doer, mas gritava por dentro. E como gritava. Gritava até meu cérebro implodir, gritava até mus próprios tímpanos se romperem de dentro para fora tentando apagar a dor de fora. Tentando maquiar com blush, batom e sombra o rosto desse sofrimento eterno. Tentava fazê-lo amigável e me lembrava que era por ele.

Eu o amava. Mas agora já parece um pouco tarde dizer isso para ele; já que agora que ele se foi, eu sou a dona dos negócios…


k_karvy@yahoo.com.br



Sobre Mim

Vaga Lume N’Alma

Sobre as Poesias

Madrugada

Escrever

Alma Linda

Normalidade

Não queria Falar Sobre Isso

Para Minha Mãe

Ocaso

Canção do Desalento

Torpor

Chuva

Sanidade

Uma Outra História de Amor

Saudade

Constatação




















Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui