E o meu cachorro comeu um pedaço da nota de dez reais que deixei em cima da cama. Sei não, mas acho que foi na escola que disseram ser possível trocar nos bancos as notas estragadas. Fui lá, num oficial, escolhi um bem íntimo, o Nossa Caixa. Como primeiro castigo não levei o bichano folgado, deixei-o latindo e abanando o rabo como sempre faz quando me preparo para sair: - "Você precisa aprender que dinheiro não dá em árvore", não me esqueci de lhe dizer, balançando a nota.
Era o sétimo da fila, no caixa. Na minha vez, fui mandado para o balcão. Era o terceiro da fila. A senhora perguntou do pedaço que faltava, falei que o cachorro comeu. Não pode. Então põe aí que fui eu, tentei. Não é pelo cachorro não, só podemos trocar notas rasgadas mas inteiras. Voltei para casa e fui lá explicar para ele, dizer que rasgar tudo bem, mas precisava comer? Me olhou meio assim, com cara de quem sabia que eu estivera perdendo meu tempo, além de ser um chato.
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