Catilina quis passear,
pela orla do mar...
Olhou a imensidão,
sonhou ser onda,
silenciosa, qual vulcão
que explode sem ruir,
tal qual sonda
Na lua a ir e a vir...
Vistosa no seu cromado,
salgou o mar de lágrimas,
abortou o desejo desejado...
Nunca poderia gritar,
crinar ou tresloucar!
Fechou o seu pecado,
no tragar do vento,
fez-se pássaro alado...
Ignorou o sofrimento,
Contou ao mar o seu fado...
Que lhe respondeu?
Que estava cansado
de tanta beleza
arremessada,
que contasse ao Supremo
e se fizesse amada!
Havia nela um mistério
que deveria desanuviar...
Prostou-se, Catilina, a rezar:
invocou docemente a Providência,
a onda forte e divina
gretou-lhe a alma
com sábia prudência...
Mas o arrulhar do mar,
em frenesim louco,
pô-la a meditar:
de si, sabia tão pouco!
Elvira:)
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