VÍCIO
Eu te cultivo
Entre dobras e contornos,
Nos lençóis ainda mornos,
De um tempo sem retorno
Eu te cultivo
No momento esquecido
Daquele beijo escondido,
No teu poder corrompido
Pelo meu querer sem sentido
Eu te cultivo
No confronto sem luta,
Da dúvida impura
Que a paixão imputa,
Com o exagero da culpa
Eu te cultivo
No gris da lembrança,
Ou em passos de dança,
Com puída esperança
Que me abraça e me cansa
Eu te cultivo
Por hábito ou vício,
De cheiros e gritos
No insensato rito
Do qual não me livro
MORGANA
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